Um lobo-ibérico que sofreu um atropelamento numa estrada em A Laracha, na Galiza, na quinta-feira, foi transportado pela proteção civil para um hospital veterinário, com a assunção de que se tratava de um cão. Mas não era.
Conta a unidade hospitalar animal, através do Facebook, que à chegada do agente rapidamente confirmaram que se tratava de um lobo, naquilo a que apelidam de “um caso muito especial”, uma vez que a fauna selvagem é sempre transportada para centros diferenciados para este tipo de tratamento, e nunca para clínicas ou hospitais de acesso geral.
“Tinha um par de fraturas”, informa o hospital, destacando também os resultados positivos das análises e das ecografias.
Depois de devidamente tratado e estabilizado pela equipa veterinária ‘civil’, um guarda-florestal levou o lobo, que deve ter cerca de seis meses de idade, para o Centro de Recuperação de Fauna Silvestre de Oleiros, na Corunha.
O hospital veterinário assegura que o espécime em risco será tratado “de maneira impecável”. “Trabalham muito bem, fazem rápido a recolha, reabilitam-nos e logo os devolvem ao seu habitat natural”, pode ler-se.
De acordo com o jornal La Voz de Galícia, citando fonte da proteção civil, a mulher que o atropelou teve uma atitude “exemplar” pois não abandonou o local, chamou por auxílio e ficou até que o animal fosse transportado para a clínica veterinária. Sempre a julgar tratar-se de um cão.
Segundo a mesma fonte, o lobo deu entrada no hospital veterinário em estado inconsciente, e foi-lhe aplicada dose de analgésico quando recuperou a consciência.
Até este sábado, o animal já se encontra em franca recuperação.
Em setembro deste ano, passou a ser proibida a caça ao lobo-ibérico em toda a Espanha.
A lei foi acordada em fevereiro, após votação renhida que contou com representantes de todas as comunidades autónomas abrangidas.
O lobo-ibérico passou assim a fazer parte da Lista de Espécies Assilvestradas em Proteção Especial em todo o território espanhol, estando proibida a sua caça, salvo exceções.
Na região da Galiza, Astúrias, Castela e Leão, ainda se realizavam batidas ao lobo apoiadas pelo Governo, de forma a controlar o número existente na região.
Agora, para matar um lobo-ibérico, é necessário justificar o porquê de o fazer e o motivo de outras formas de controlar a espécie não terem resultado.
Outra das exceções acontece quando existirem provas contundentes de um severo ataque às propriedades de agricultores e produtores de gado.
Os governos autónomos das regiões afetadas, incluíndo a Galiza, já disseram que vão recorrer desta mudança através da via judicial.