José Manuel Puga disse hoje ter aceitado o convite do PPM para concorrer à Câmara de Ponte de Lima para “provocar a discussão de problemas importantes” e, caso seja eleito, tentar “pôr em prática medidas que os resolvam”.
Apesar de “monárquico assumido há muitos anos”, o professor do ensino secundário de 57 anos não é militante do Partido Popular Monárquico (PPM), mas viu no convite para ser cabeça de lista do partido àquela autarquia do distrito de Viana do Castelo a oportunidade de “promover a reflexão e o debate sobre situações” que lhe causam “revolta”.
Natural e residente em Rebordões-Souto, José Manuel Puga apontou, entre outros problemas, “o mau funcionamento do hospital, da Assembleia Municipal, o envelhecimento galopante da população de algumas freguesias e o despovoamento de outras”.
“Normalmente a discussão política é muito em termos de projetos, e pequenas querelas políticas. Eu estou um bocadinho arredado dessa parte da política, até porque não sou político profissional. Gostava de ser eleito, precisamente, para ser a voz das pessoas que necessitam de ser ouvidas. Seria a maneira de pôr em prática tudo o que é necessário mudar. Não tenho razão em tudo, mas da discussão pode sair uma solução concertada”, afirmou.
O funcionamento do hospital Conde de Bertiandos, integrado na Unidade Local de Saúde do Alto Minho (ULSAM), é uma das preocupações do candidato do PPM.
“Não fui vacinado contra a covid-19 em protesto contra o mau funcionamento do hospital Conde de Bertiandos. É um dos fatores que mais me revoltou nos últimos tempos. Não pelo ato médico em si. Não tenho grandes reparos, já o mesmo não se passa com a forma como sou atendido. Sou pessimamente atendido”, disse.
Segundo José Manuel Puga, “também não tem sido muito debatido o envelhecimento galopante da população de algumas freguesias, e ao despovoamento de outras”.
“Há muitos anos que intervenho na Assembleia Municipal, no período aberto ao público, e muitas vezes sou apenas eu. A forma como funciona a nossa Assembleia, em termos de democracia, deixa muito a desejar. O presidente da Assembleia não autoriza que alguém critique o seu funcionamento”, destacou.
Atualmente, disse não estar filiado em nenhum partido, desde que, há um ano se desfiliou do PPV-Portugal Pró-Vida, atualmente Partido Cidadania e Democracia-Cristã (PPV/CDC).
“Abandonei o partido pela forma como estava a funcionar, não porque tenha abandonado as minhas convicções no que diz respeito à defesa da vida. Não podia concordar com algumas coisas que estavam a acontecer e desvinculei-me”, explicou.
Nas eleições autárquicas de setembro, haverá mudança de liderança municipal em Ponte de Lima, que, até 2013, era a única Câmara do país detida pelo CDS-PP.
Victor Mendes, sucessor de Daniel Campelo, termina 12 anos consecutivos como presidente da Câmara e passa o testemunho da candidatura a Vasco Ferraz, atual vereador das Obras Particulares e Urbanismo, Proteção Civil, Desporto e Juventude.
O Movimento Ponte de Lima Minha Terra (PLMT), liderado por Abel Batista, volta a concorrer em coligação com o PS. São ainda candidatos José Nuno Araújo pelo PSD, João Gomes pela CDU, Gonçalo Abreu Lima pelo Chega, Joana Quintela pelo Movimento 51 e José Manuel Puga pelo Partido Popular Monárquico (PPM).
Nas últimas autárquicas, o CDS-PP alcançou 52,11% dos votos e conquistou cinco mandatos. O Movimento Ponte de Lima Minha Terra (PLMT), liderado por Abel Batista, que já anunciou a recandidatura às próximas eleições, atingiu 23,66% dos votos e garantiu dois lugares no executivo municipal.
As eleições autárquicas decorrem a 26 de setembro.