Bastonária dos Enfermeiros chama “traste” a autarca de Arcos de Valdevez

Polémica sobre vacinação
Ana Rita Cavaco e Francisco Araújo. Foto: DR

A bastonária da Ordem dos Enfermeiros, Ana Rita Cavaco, chamou “traste” a Francisco Araújo, presidente da Assembleia Municipal e provedor da Santa Casa da Misericórdia de Arcos de Valdevez, na sequência de uma reportagem da RTP sobre a polémica das prioridades nas vacinações.

Como O MINHO noticiou, Francisco Araújo, de 59 anos, foi vacinado contra a covid-19 sem estar incluído no primeiro grupo prioritário do plano nacional de vacinação.

Hoje, no programa Sexta às Nove, o autarca explicou que não pediu para ser vacinado e só o foi porque sobraram vacinas.

Sobre as críticas de Ana Rita Cavaco que o acusou de passar à frente de pessoas prioritárias, Francisco Araújo acusou a bastonária de demagogia.

Ora, foi essa resposta que levou Ana Rita Cabaco a utilizar as redes sociais para atacar violentamente Francisco Araújo.

“Este cavalheiro, tive educação, veio dizer no programa Sexta às 9 da RTP que sou demagógica porque o acusei de fazer a vacina sem ser prioritário e ter dado uma desculpa esfarrapada. É um fura filas e um chico esperto”, começa por escrever.

“E este país também é meu. Não é só deste senhor que por acaso é militante do mesmo partido que eu [PSD]. É tão culpado quem os chama para a vacina como quem aceita, sabendo que não têm direito”, acrescenta a bastonária.

E, de seguida, o texto ganha um tom ameaçador e acaba em insulto: “Se às vezes acontecer alguma coisa à minha mãe que vive numa casa de saúde e ainda não fez a vacina, vamos ter uma conversa séria. É que ela sim, é prioritária! Fixem-no bem. Tenho costela minhota, venha cá abaixo falar-me em demagogia seu traste!”.

“Quem não se sente não é filho de boa gente! Esta é pela minha mãe, por todos os Profissionais de Saúde, estudantes de Enfermagem, bombeiros e polícias”, conclui Ana Rita Cavaco, não sem antes ainda chamar “criatura” a Francisco Araújo.

Na reportagem, o provedor da Santa Casa esclareceu, como já o tinha feito assim que a situação foi tornada pública, que foi vacinado porque sobraram doses.

“Eu não me inscrevi para a vacinação. Não tinha necessidade, até porque para a semana começa a fase 2 em que eu e todos os cidadãos que têm a situação patológica que eu tenho começam a ser vacinados”, defendeu.

Francisco Araújo realça que inscreveram-se para a vacinação 66 pessoas, mas acabaram por sobrar quatro doses.

“Estava no meu gabinete e a responsável telefonou-me a perguntar se queria ser vacinado porque havia sobras”, explicou Francisco Araújo, ao Observador, salientando que este processo foi na Misericórdia e “não tem nada a ver com a Câmara”.

Autarca de Arcos de Valdevez vacinado contra a covid-19 porque havia “sobras”

“A enfermeira sabe que eu tenho problemas cardiovasculares, fui operado às coronárias, e foi por isso que me perguntou se estava disponível para ser vacinado com uma das sobras”, disse.

Segundo Francisco Ramos, coordenador da task force do plano da vacinação, a regra é “não desperdiçar doses da vacina”, mas que o adequado será “procurar outros candidatos dentro do primeiro grupo prioritário”.

 
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