A exposição “33” de Patrícia Ferreira, artista natural e residente em Braga, está patente até 27 de dezembro na Torre da Cadeia Velha em Ponte de Lima.
A exposição composta por 33 desenhos, um por cada cela do Recolhimento das Convertidas serve para refletir sobre as perspetivas de vida daquelas mulheres no primeiro período da instituição (de clausura), bem como para lembrar e homenagear mulheres que viveram/sobreviveram sem opções, e excluídas da sociedade, privadas de vida e pensamento livres.
“São imagens de reclusão, confinamento, obediência, sombra e de um certo retrato da mulher, infelizmente, em algumas geografias, atual”, refere comunicado da autarquia limiana.
Os recolhimentos para mulheres na época moderna nasceram da preocupação por parte da igreja e da sociedade com a proteção e reabilitação da honra feminina.
Muitas das obras da autora são de natureza autobiográfica, mas a bracarense também gosta de criar nos campos da poesia visual, do humor sarcástico, da história e de capturar instantâneos do quotidiano. Entre riscos, mancha, cor e algum verbo, assume-se, acima de tudo, como uma contadora de histórias.
Ao longo dos últimos anos, tem participado amiúde em exposições de desenho, pintura, ilustração e cartoon, coletivas e individuais, das quais se destacam: “Micro-Nouvelles: 13 Histórias Trágicas + 2 Breves”, “Mar_é”, “O Circo da Vida”, “33” e “Mostra em Três Atos”.