A época balnear caminha para o fim mas nem por isso o trabalho das equipas de emergência diminui. Depois de uma semana mais chuvosa, o calor regressou e, no último fim de semana, assistiu-se a uma maior afluência às praias do Minho, que se estendeu durante esta segunda-feira.
Com as praias da Póvoa de Varzim interditas a banhos durante alguns dias, os veraneantes encheram as praias de Viana do Castelo, com espaços como Afife, Carreço ou Arda a ‘esgotarem’ a sua lotação ao longo dos dias.
A juntar à grande afluência, verificaram-se vários casos de banhistas que necessitaram de ser resgatados do mar depois de nadarem distâncias que já não conseguiram refazer na volta.
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Pedro Verne, coordenador da associação de nadadores-salvadores “Coordenada Decimal”, responsável pela vigilância e salvamento nas praias oceânicas de Viana e nas praias não concessionadas de Caminha e Esposende, disse a O MINHO que foram resgatadas do mar 13 pessoas durante o fim de semana e uma criança, esta segunda-feira, de uma zona fluvial.
“Só na praia de Arda resgatámos quatro pessoas de uma vez. Tivemos ainda várias ocorrências nessa mesma praia, em Cabedelo, Afife e na praia Norte, onde também existiu uma tentativa de suicídio”, explicou.
“Os colegas foram exemplares. Evitou-se desgraças todos os dias deste fim de semana”, elogiou o responsável, fazendo um contrabalanço com a situação “horrível” que “se viu a nível nacional, onde várias pessoas morreram afogadas”.
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“Em Viana conseguimos assegurar que ninguém tivesse um desfecho desses”, sublinhou, dando como exemplo uma criança que, esta segunda-feira, escorregou e caiu numa zona de retorno de água na praia fluvial de Vilar de Mouros, com um nadador da Coordenada Decimal a intervir de forma rápida para evitar o afogamento.
Pedro Verne explica que estas situações correspondem a salvamento, “como se vê nos filmes”, com os nadadores a acorreram às águas depois de algum alerta ou de detetarem movimentos de possíveis vítimas em pré-afogamento.
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“Falámos de salvamentos mesmo, porque da água tiramos milhares de pessoas todos os anos, como prevenção”, explica, situando alertas que os nadadores dão a pessoas que se afastam ou que vão para locais onde o banho pode ser potencialmente perigoso.
O coordenador assegura ainda que nenhuma das 14 vítimas deste fim de semana ficou em estado grave. “A maior parte deles foi mesmo através de pedido de auxílio, estavam a levantar os braços num ponto onde não conseguiam retornar”.
Afogamentos no país
Recorde-se que ainda ontem, domingo, a Autoridade Marítima Nacional registou dois óbitos por afogamento nas praias nacionais. No rio Tejo, um jovem morreu afogado na zona da Ponta dos Corvos, no Seixal. Foram feitas buscas pelo corpo do jovem que só seria encontrado esta segunda-feira.
Também no domingo, um homem morreu afogado e outro ficou em estado grave depois de terem caído num agueiro na praia do Castelejo, em Vila do Bispo, na região do Algarve. O corpo do homem foi resgatado ainda no domingo pelo militar da viatura Amarok, integrante no projeto SeaWatch, que também está presente nas praias do Minho.
Na quinta-feira, uma mulher de 52 anos morreu afogada depois de cair das rochas e ser levada por ondas, na praia do Marreco, em Lavra, concelho de Matosinhos.