Padre há 50 anos e bispo de Viana há dez: D. Anacleto Oliveira, o “escravo de todos”

Religião

Faz hoje, dia 15 de agosto, dez anos que D. Anacleto Oliveira tomava posse como bispo da diocese de Viana do Castelo, sob o lema episcopal “Escravo de todos”. Faz também 50 anos que foi ordenado sacerdote, na diocese de Leiria-Fátima, de onde é natural.

A efeméride não passou despercebida a várias figuras da sociedade portuguesa, entre elas o Presidente da República, que apelida Anacleto de “intelectual da igreja”.

Numa nota publicada pelo jornal Notícias de Viana, enviada a O MINHO, Marcelo Rebelo de Sousa destaca o “conhecimento, disponibilidade e serviço” como “exigências do múnus sacerdotal, e, por maioria de razão, episcopal”.

Ordenação de D. Anacleto Oliveira. Foto: Reprodução / Notícias de Viana

“E os vianenses bem sabem da alegria de poder contar com um bispo disponível no contacto pastoral e humano que é ao mesmo tempo um intelectual da Igreja, que integrou a equipa que traduziu a Nova Bíblia dos Capuchinhos e que atualmente preside à Comissão Episcopal de Liturgia”, disse o Chefe de Estado.

O Presidente realçou ainda as “capacidades académicas” em diversas universidades por onde o clérigo passou, não deixando de lado os dez anos em que esteve ao serviço de emigrantes portugueses na Alemanha, onde foi capelão da comunidade lusa.

D. Anacleto Oliveira. Foto: Reprodução / Notícias de Viana

“Um bispo não tem um currículo, tem uma missão: servir a Igreja e as comunidades cristãs, em diálogo com a sociedade. A ousada divisa episcopal de D. Anacleto, Escravo de Todos, pode soar estranha aos nossos ouvidos, até nos lembrarmos das palavras do Apóstolo Paulo: Pois, sendo livre de todos, fiz-me escravo de todos para ganhar o maior número”, sublinhou Marcelo.

Das fábricas da Marinha Grande ao topo de Santa Luzia

Anacleto Oliveira, agora com 74 anos, nasceu a 17 de julho de 1949 na povoação de Cortes, em Leiria. A 15 de agosto de 1970, precisamente há 50 anos, foi ordenado sacerdote, depois de uma passagem de dois meses pelos escritórios de uma fábrica de vidros da Marinha Grande, onde aprendeu o ‘trato’ com operários.

Já depois da ordenação, estudou em Roma e na Alemanha, onde viveu dez anos como capelão da comunidade portuguesa. Em 2005 foi ordenado bispo no patriacardo de Lisboa. A 15 de agosto de 2010 foi ordenado bispo da diocese de Viana do Castelo.

Em entrevista à Agência Ecclesia, o bispo confessa que “não conhecia o Minho” nem procurou conhecer. “Apenas me informei o que era Viana do Castelo e vim à aventura”, recordou.

Atualmente, para além de desempenhar o cargo máximo da Igreja no Alto Minho, é ainda presidente da Comissão Episcopal de Liturgia e Espiritualidade.

 
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