Acusação da Associação Industrial do Minho envolve área da Biologia da Universidade do Minho

A acusação judicial que impende sobre a Associação Industrial do Minho, com 126 arguidos, 79 pessoas singulares e 47 empresas, passa pelos departamentos de Biologia e Engenharia Biológica da Universidade do Minho (UMinho). Enumera irregularidades em ações de formação, apoio às empresas, publicidade e viagens. A acusação abrange a empresa Yeastwine – Wine Solutions, Lda, do setor vinícola, criada por António Marques e Isabel Araújo, para fazer investigação na área das leveduras, dirigida às empresas do ramo vinícola.

António Marques, ex-presidente da AIMinho. Foto: Divulgação / AIMinho

“Para criar a convicção de seriedade do projeto, António Marques, utilizou, por um lado, o conhecimento técnico da arguida Isabel Araújo, mas utilizou a credibilidade académica da Universidade do Minho”, através de um protocolo com os departamentos de Biologia e de Engenharia Biológica de 55.300 euros.

Foto: DR

A Yeastwine apresentou, então, uma candidatura a apoios europeus, que obteve um incentivo de 247 mil euros, correspondendo à taxa de 74,03% de comparticipação. Para tal, “fez uso do chapéu institucional e do crédito académico” da UMinho.

A investigação concluiu que os professores José Teixeira e Margarida Casal, o primeiro a chefiar o de Engenharia Biológica e a segunda o de Biologia, não efetuaram qualquer trabalho para o projeto, tendo recebido parte das verbas, e permitiram que a Yeastwine retirasse material dos laboratórios. E terão violado as regras internas de faturação.

Margarida Casal demitiu-se, entretanto, do cargo de pró-reitora.

A acusação envolve, ainda, os investigadores Maria Eugénia Gonçalves e João Drumond Neves, a primeira dos quais como caraterizadora de leveduras. Considera que a investigação que apresentou no projeto era a mesma que havia sido feita em sede de doutoramento na empresa VINÁLIA, também propriedade de Isabel Araújo. Vai, por isso, ser alvo de um inquérito-crime autónomo por falsas declarações.

A O MINHO, a Reitoria disse que “não produz comentários, aguardando a conclusão do processo”. E, “não tem conhecimento de procedimentos que infrinjam as disposições legais e regulamentares aplicáveis”.

No inquérito, os quatro arguidos manifestaram-se inocentes.

 
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