Meia centena de feirantes manifestaram-se hoje frente à Câmara de Barcelos contra a reorganização do espaço da feira semanal do concelho, queixando-se que ficaram sem espaço para trabalhar.
“Meteram-nos num túnel, ficámos sem espaço para cargas e descargas, não há condições para trabalhar”, referiu Sónia Meira Borges, uma das feirantes em protesto.
Acrescentou que a Câmara “mexeu nos lugares sem dar cavaco” aos feirantes e que não responde às suas reclamações.
O presidente da Câmara, Miguel Gosta Gomes, explicou aos jornalistas que a mudança se ficou a dever à necessidade de criar um “corredor de segurança” para acesso à Santa Casa da Misericórdia.
“Temos ali umas dezenas de cidadãos idosos, com dificuldades enormes de mobilidade, e se um dia temos a infelicidade de ter um acidente ali temos de ter condições de evacuação em segurança”, referiu.
Acrescentou que também já foi aberto outro corredor de segurança para acesso ao hospital, que também implicou mudanças de outros feirantes.
O autarca garantiu que a Câmara “não vai abdicar” destes corredores, mas adiantou que está projectada uma reorganização da feira “que será feita em articulação com os feirantes”.
“O município quer que os feirantes se sintam bem e vendam”, disse ainda.
Argumentos que não convencem os feirantes que participaram na manifestação de hoje, que adiantaram que as mudanças vão “destruir empregos”.
“Estes lugares existem há mais de 60 anos, nunca ninguém implicou e agora querem-nos entalar, deixar como a sardinha na lata”, insurgia-se outro feirante.