Braga lança novo número da revista Bracara Augusta

É “uma das revistas culturais mais antigas e conceituadas do país”

O mais recente número da revista Bracara Augusta foi apresentado esta terça-feira, em Braga.

Na sessão que decorreu no salão nobre dos Paços do Concelho, o presidente da Câmara Ricardo Rio reiterou o compromisso da autarquia para com esta publicação que, afirmou, “cumpre um papel importante na estratégia cultural da Cidade”.

O autarca deixou uma palavra de saudação e agradecimento a todos os autores que participaram nesta nova edição que inclui inúmeros trabalhos de investigação baseados na história local e regional.

Foto: CM Braga

O novo número – volume LXX, n.º 130 – apresenta um estudo sobre as visitas que D. Rodrigo de Moura Teles fez ao Cabido da Sé Catedral, a São Vítor, a São Tiago da Sé, a São Miguel da Apúlia e a São Tiago de Arcozelo. Segue-se o ensaio que investiga a atividade teatral amadora em Mire de Tibães, durante o século XX e dão-se ainda a conhecer poemas de Jerónimo da Mota, abade de Mujães, onde morreu em 1711, merecendo especial relevo o poema que tem como personagem central o Arcebispo D. João de Sousa e cuja acão decorre em Barcelos.

Sobre a presença de artistas bracarenses e minhotos no Brasil, publica o estudo “Algumas aproximações entre o Minho e Minas Gerais no século XVIII”, referindo especialmente as influências na construção do santuário do Bom Jesus de Matosinhos, em Congonhas.

É apresentada também a genealogia da família Sousa Lobato e o papel que teve no ambiente das elites cortesãs portuguesas desde o último quartel do século XVIII até ao início do século XX.

Este volume destaca ainda as obras no Mosteiro de Tibães, principalmente, entre 1654 e 1661. O trabalho “Braga e a mudança liberal”, analisa as reações políticas e sociais provocadas na cidade pela revolução liberal, especialmente as lutas entre liberais e absolutistas.

Ainda relacionada com as celebrações de André Soares, podemos encontrar a recensão à obra 18 olhares sobre André Soares I e II, conjunto de ensaios sobre o grande riscador bracarense. De notar também o artigo no qual se confirma a atribuição de um anel sigilar real, de ouro, ao príncipe D. Afonso de Portugal, filho de D. João II.

A edição conta com a participação de inúmeros autores, nomeadamente dos professores Franquelim Neiva Soares, Eduardo Pires de Oliveira, José Carlos Gonçalves Peixoto, José de Sepúlveda Macedo, Florêncio Manuel Matos Gonçalves, José Carlos Meneses Rodrigues e de Margarida Maria Lobato de Azevedo.

“Esta contínua publicação de trabalhos da autoria de distintos académicos e investigadores, que primam pelo rigor científico e histórico, tem elevado a revista ao patamar das grandes referências bibliográficas”, refere a autarquia em comunicado.

A primeira série, de 1935 a 1945 (fascículos 1 a 11) publicou-se sob a direção de J. Constantino Ribeiro Coelho, com o título de Boletim do Arquivo Municipal.

A segunda série, 1949 (fascículos 12 a 13), já na presidência de António Maria Santos da Cunha, e enquadrada num vasto programa de política cultural, sob a direção do Dr. Sérgio da Silva Pinto e de J. Constantino Ribeiro Coelho, apareceu com a denominação de Braga – Boletim do Arquivo Municipal.

Estas duas séries formam o 1.º Volume do órgão cultural camarário. A terceira série é constituída pela Revista Cultural Bracara Augusta, hoje sob a direção do Prof. Doutor Luís Alexandre Cabral da Silva Pereira.

Atualmente, a Bracara Augusta é considerada “uma das revistas culturais mais antigas e conceituadas do país”.

 
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