A ex-atleta Manuela Machado afirmou, esta quarta-feira, que a homenagem que Viana do Castelo lhe prestou foi como “subir ao pódio, e receber a medalha de ouro”, e recuar 20 anos para o campeonato do mundo de maratona.
“Estou a reviver a subida ao lugar mais alto do pódio. Parece que estou em Gotemburgo a ver a bandeira nacional a subir, no lugar do meio. É, sem dúvida, como se tivesse ganhado uma medalha de ouro. É sinal de que sou ainda reconhecida, e isso deixa-me com muitas saudades das muitas vitórias”, afirmou Manuela Machado.
A atleta falava durante a cerimónia de apresentação do livro “Manuela Machado 20 anos de Campeã”, da autoria do jornalista Luís Lopes, que conta “os grandes feitos” da atleta, natural da freguesia de Cardielos, e integra alguns depoimentos de colegas, responsáveis e família.
“Sinto-me timidamente orgulhosa. É um dia de muita alegria, e de muita emoção para mim. Estou a reviver o dia 05 de agosto de há 20 anos. É um privilégio ter nascido e crescido aqui, em Viana do Castelo, porque esta câmara municipal não esquece os seus campeões”, disse, sublinhando “a muita saudade” que sente das vitórias nos campeonatos do mundo”.
Foi a 05 de agosto de 1995 que Manuela Machado conquistou o título de campeã mundial da maratona, obtido em Gotemburgo, na Suécia.
Os dois mil exemplares, com cerca de 300 páginas, ilustrados com várias fotografias de Manuela Machado, têm prefácio assinado pelo presidente da Câmara, José Maria Costa, e pela antiga treinadora da atleta, Sameiro Araújo, que apresentou a obra.
A atual vereadora do desporto da Câmara Municipal de Braga garantiu tratar-se de “um retrato fiel e exemplar do percurso desportivo da atleta”.
Sameiro Araújo elogiou “a visão estratégica” da Câmara de Viana do Castelo pelo projeto “Atletismo nas Escolas”, lançado com a atleta no ano letivo 2012-2013, para promover a prática daquela modalidade desportiva, e que envolve no próximo ano cerca de 1.300 alunos das escolas primárias do concelho.
Por outro lado, sublinhou a importância daquela iniciativa municipal como exemplo de trabalho pós-carreira atribuído a uma atleta de alta competição.
Na presença de Fernanda Ribeiro, Aurora Cunha, Albertina Machado e Jéssica Augusto, o presidente da Federação Portuguesa de Atletismo, Jorge Vieira, disse que a Câmara de Viana do Castelo “já bateu o recorde, até mundial, de homenagens a um campeão, durante um ano inteiro”.
Adiantou que gostaria que Manuela Machado “fosse representante honorária da seleção nacional, por possuir o que Freud designou de mecanismo de defesa do ego, o humor”.
Antes do lançamento do livro, presidido pelo secretário de Estado do Desporto e Juventude, Emídio Guerreiro, o governante e o autarca José Maria Costa inauguraram a pista de atletismo do estádio municipal Manuela Machado, batizado em 1999 com o nome da atleta.
A requalificação daquela estrutura, orçada em 400 mil euros, vai permitir “aumentar o número de praticantes do atletismo federado e de outras áreas, potenciar a realização de provas de atletismo, de carácter nacional e internacional”.
Uma “Festa do Atletismo”, realizada em maio passado, um workshop sobre modalidade, e uma exposição com os feitos desportivos de Manuela Machado, foram outras das iniciativas promovidas pela câmara local para celebrar os 20 anos do título mundial da maratona.