“Se a situação fosse comigo, já tinha tomado uma atitude”. É assim que Pedro Salvador, candidato PSD de Ponte de Lima à Assembleia Municipal nas últimas autárquicas, comenta a situação política interna no partido, aludindo ao voto favorável do presidente e do vice-presidente da Comissão Política ao Plano de Atividades e Orçamento para 2019, na última sessão daquela assembleia. Isto depois de a Comissão Política ter aconselhado o voto contra. Salvador não fala em demissão, mas as suas palavras deixam concluir que era isso que faria.
Sucede que, quer Filipe Lima, presidente da concelhia, quer Filipe Amorim e Manuel Felgueiras, vice-presidentes, lideram as freguesias de Seara, Rebordões Souto e Poiares, o que pode justificar o voto favorável.
Para Pedro Salvador, que anunciou o voto contra na Assembleia e viu, depois, os três votarem a favor, a situação tornou o partido alvo de chacota e troça na vila limiana: “falam de nós em termos de anedota política”, afirma.
Salvador, que liderou a bancada do PSD na Assembleia, cargo de que se demitiu, pediu à Comissão de Jurisdicação Nacional dos social-democratas o afastamento ou mesmo a expulsão dos três dirigentes.
Diz que os militantes estão “incomodados” com esta atitude e perguntam se vai ou não passar impune: “houve um claro incumprimento das decisões da Comissão Política, o que deixou os membros da Assembleia confusos e mesmo estupefactos”, disse.
Contactado por O MINHO, o presidente da concelhia Filipe Lima disse que “teria muito a dizer sobre o assunto, mas não o faz porque as questões internas não devem ser debatidas na praça pública”.
O dirigente partidário lembra que “há plenários concelhios de três em três meses, onde todas as questões são debatidas e o mesmo pode suceder sobre este tema, no próximo plenário”.
“Fomos eleitos em março último e temos trabalhado com todos os militantes e autarcas em prol do concelho e do partido”, disse, nada mais dizendo para “não dividir”.