Depois de ter arrancado no domingo, com prólogo em Fafe, a primeira etapa da Volta a Portugal cumpriu-se esta segunda-feira com início em Montalegre e final em Santa Luzia, Viana do Castelo.
Luís Gomes (Kelly-Simoldes-UDO) venceu a primeira etapa da edição especial da Volta a Portugal em bicicleta, no alto de Santa Luzia, em Viana do Castelo, com Gustavo Veloso (W52-FC Porto) a conservar a camisola amarela.
Gomes, de 26 anos, cumpriu os 180 quilómetros, a mais longa tirada cronometrada, entre Montalegre e Viana do Castelo, em 4:25.41 horas, batendo ao ‘sprint’ dois ‘dragões’: Daniel Mestre, segundo, e o camisola amarela, terceiro.
Na geral, Veloso tem agora Mestre como mais próximo perseguidor, a um segundo, enquanto Daniel Freitas (Miranda-Mortágua) subiu ao terceiro posto, a quatro segundos, seguido de uma dupla da Efapel: António Carvalho é quarto, a seis, e Jóni Brandão quinto, a sete.
Na terça-feira, o pelotão enfrenta a segunda de oito etapas, além do prólogo do último domingo, uma ligação entre Paredes e o ‘mítico’ alto da Senhora da Graça, no Monte Farinha, com 167 quilómetros e quatro contagens de montanha, três delas de primeira categoria.
Os 98 ciclistas que compõem o mais pequeno pelotão dos últimos 36 anos tiveram pela frente 180 quilómetros entre Montalegre e o alto de Santa Luzia, em Viana do Castelo, naquela que é a tirada mais longa desta edição.
Antes da chegada, coincidente com uma contagem de terceira categoria, os corredores encontraram uma meta volante em Salamonde (Vieira do Minho), aos 60,3 quilómetros, antes de rumarem à primeira contagem de montanha deste ano, uma terceira categoria instalada no alto de Covide (88,1).
Depois de passar duas metas volantes, a primeira em Vila Verde (115,9) e a segunda em Barroselas (146,5), o pelotão evitou o centro de Viana do Castelo, na aproximação aos quatro quilómetros da subida a Santa Luzia.
A segunda etapa começa em Paredes e termina, depois de ultrapassados 167 quilómetros, no alto da Senhora da Graça, em Mondim de Basto.
Nesse dia 29 de setembro, o pelotão irá ainda enfrentar, antes da subida ao ponto mais alto do monte Farinha, outras duas outras contagens de primeira categoria, na serra do Marão (aos 96 quilómetros) e no Barreiro (131,7).
Os ‘sprinters’ deverão ter uma oportunidade no final dos 171,9 quilómetros da terceira tirada, entre Felgueiras e Viseu, um dia teoricamente ‘tranquilo’ para os homens da geral, antes da jornada que poderá ser a mais decisiva na luta pela amarela: na quarta etapa, há 148 quilómetros para percorrer entre a Guarda e o ponto mais alto de Portugal Continental, a Torre.
A meta, coincidente com um prémio de montanha de categoria especial, será alcançada pela vertente que muitos consideram a mais exigente da serra da Estrela, a subida de 20,2 quilómetros desde a Covilhã, com passagem pelas Penhas da Saúde. A escalada de segunda categoria nas Penhas Douradas (ao quilómetro 72,5) e a subida de terceira categoria em Sarzedo (111) completam a ‘ementa’ montanhosa do dia.
A quinta etapa, que vai ligar Oliveira do Hospital a Águeda, ao longo de 176,3 quilómetros, dará nova hipótese de vitória aos mais velozes, na véspera de a Volta a Portugal assinalar o cinquentenário da primeira vitória de Joaquim Agostinho, num périplo de 155 quilómetros na região Oeste, entre as Caldas da Rainha e Torres Vedras.
Loures, onde a República foi declarada um dia antes do resto do país, a 04 de outubro de 1910, assinala a efeméride com o arranque da sétima etapa, que terminará em Setúbal, já depois de uma subida de segunda categoria na Arrábida, a 13,4 quilómetros da chegada, e de percorridos 161 quilómetros.
No dia em que se celebram oficialmente 110 anos da Implantação da República Portuguesa, Lisboa vai coroar o vencedor da Volta a Portugal de 2020. O dono da camisola amarela será encontrado no final do contrarrelógio de 17,7 quilómetros, que parte da Avenida Ribeira das Naus para chegar na Praça do Comércio, depois de percorridas algumas das artérias mais simbólicas da zona ribeirinha e da baixa da cidade.
Em tempos de pandemia de covid-19, a Federação Portuguesa de Ciclismo preferiu detalhar o percurso da prova rainha do calendário nacional em comunicado, abdicando de uma apresentação física da edição que terá o seu cunho.
A Volta a Portugal de 2020 estava originalmente agendada para o período entre 29 de julho e 09 de agosto, mas foi adiada devido à pandemia do novo coronavírus, assumindo a federação a realização desta edição especial.