Vizela é o concelho do Minho que coloca menor percentagem de lixo em aterro

Este comparativo assenta nos números publicados pela Pordata para o ano de 2019

Valença é o concelho do Minho que recolhe mais quilogramas de resíduos urbanos seletivamente, por habitante, mas também é a autarquia que maior percentagem de resíduos coloca em aterro. No extremo oposto está Ponte da Barca, com apenas 40 quilos de resíduos recolhidos de forma diferenciada, por cabeça. A média nacional de recolha seletiva de resíduos, por cada português, é de 109,6 quilos. Já Vizela é o concelho que coloca a menor percentagem dos seus resíduos urbanos em aterro.

Depois de Valença, Terras de Bouro (106,7 Kg/hab.) e Braga (100,4 Kg/hab.) são os concelhos que recolhem maior quantidade de resíduos sólidos, de forma seletiva, por munícipe. Valença, todavia, é o único concelho do Minho que supera a média nacional.

Entre as maiores cidades, é Braga (100,4 Kg/hab.) que apresenta o melhor desempenho, em termos de quantidade de resíduos urbanos recolhidos seletivamente, seguem-se Viana do Castelo (96,2 Kg/hab.), Guimarães (84,1 Kg/hab.) e Famalicão (84 Kg/hab.), com valores muito próximos e Barcelos (40,9 Kg/hab.), que ocupa a penúltima posição, só ligeiramente à frente de Ponte da Barca.

No topo da lista dos concelhos que fazem mais recolha diferenciada de resíduos, Valença recolhe desta forma 26%, seguem-se Terras de Bouro (23,8%) e Póvoa de Lanhoso (22,7%). A primeira grande cidade minhota, neste ranking, é Braga, no quarto lugar, com 21,3% de recolha seletiva de resíduos.

A percentagem de resíduos recolhidos de forma diferenciada, em Braga, está alinhada com a percentagem no todo nacional (21,3%). Todas as outras cidades minhotas recolhem, percentualmente, menos resíduos de forma seletiva: Famalicão (20,6%), Viana do Castelo (19,9%), Guimarães (18,5%) e Barcelos (9,4%). Barcelos é mesmo o concelho com pior desempenho dos 22 que integram este comparativo.

Relativamente ao destino que é dado aos resíduos urbanos recolhidos, Valença, Caminha, Barcelos, Ponte da Barca, Monção e Esposende são os campeões da deposição em aterro, todos com valores acima dos 90%.

Já Vizela, Famalicão e Guimarães são os concelhos que menos resíduos urbanos colocam nos aterros, com percentagens que variam entre os 22,7% e os 25,1%. Braga, apesar de colocar 46.6% dos seus resíduos em aterros, consegue ficar abaixo da percentagem do país (49,8%).

Entre os concelhos que fazem menos deposição de resíduos urbanos em aterros, destaca-se o envio para valorização orgânica: Vizela (64,5%), Guimarães (61,7%), Famalicão (60,5%). Estes concelhos aliam a valorização orgânica dos resíduos à reciclagem – Famalicão (15,4%), Guimarães (13,1%), Vizela (12,6%) -, o que permite que, no final, coloquem menos resíduos nos aterros.

A valorização orgânica dos resíduos urbanos (34%), é feita através de vários processos e pode resultar na sua valorização energética, através de digestão anaeróbia, produção de composto para uso agrícola, ou na produção de produtos para a alimentação animal.

Os concelhos que colocam mais resíduos nos aterros são, naturalmente, os que tem percentagens mais baixas de reciclagem e de valorização orgânica dos resíduos. É o caso de Valença, que recicla 6,9% dos resíduos urbanos e não faz valorização energética, de Caminha que recicla 7,7% e também não faz valorização energética e de Barcelos que recicla 8% e faz a valorização energética de menos de 1% dos resíduos.

A valorização energética é uma operação que compreende a utilização dos resíduos combustíveis para a produção de energia através da incineração direta com recuperação de calor. Este processo é muito usado, por exemplo, no concelho da Maia (61,6%). O concelho da Maia só coloca em aterro 7,1% dos seus resíduos sólidos. No Minho, contudo, só três concelhos recorrem, e de forma minimal (0,2%), à valorização energética dos seus resíduos: Vizela, Famalicão e Guimarães.

Este comparativo assenta nos números publicados pela Pordata para o ano de 2019.

 
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