Declarações após o jogo da 34.ª e última jornada da I Liga de futebol entre SC Braga e Paços de Ferreira (3-0), que decorreu hoje em Braga.
– Artur Jorge (treinador do SC Braga): “É uma sensação de grande satisfação sobretudo pelo terceiro lugar que depois nos levou a novos registos. Fizemos uma época histórica, superámos todos os números, a equipa foi brilhante, muito competente e, acima de tudo, com grandes homens, com um grande sentido de conquista e o sentimento é de missão cumprida.
É justo o terceiro lugar, fomos consistentes durante os 34 jogos e essa consistência foi o grande segredo do Braga. Basta recordar que nas últimas nove épocas em que houve 34 jornadas, estes 78 pontos dariam para sete terceiros lugares e dois segundos o que diz bem da época histórica e de grande valor que fizemos e que tem que ficar registado da forma como merece, com justiça e mérito.
As equipas ficaram nos lugares que tinham que ficar, os que foram primeiros e segundos foram mais consistentes ainda. A classificação é justa, isto não é só um jogo, são 34, e quem lá chegou, é com mérito.
O Al Musrati está completamente recuperado, precisava de tempo de jogo e fez estes 60 minutos, a substituição já estava programada.
[Diferença cada vez menor para os ‘grandes’?] A minha missão é fazer com que o Braga possa crescer e não estou preocupado com o que os rivais possam fazer, mas com o que nós podemos fazer. O Braga pode e tem que crescer de várias formas. Quero partilhar esta conquista com os adeptos, foi também o melhor registo de assistências em casa, o que é um sinal evidente de satisfação e eles fazem falta, fizeram-nos ganhar alguns jogos”.– César Peixoto (treinador do Paços de Ferreira): “O Antunes sentiu uma dor na muscular na perna no aquecimento e acabámos por substituí-lo, já tínhamos seis ou sete baixas, hoje o Maracás também se lesionou no jogo, o Zé Uilton não podia jogar, o Marafona sentiu-se mal durante a noite, esteve até à última da hora para ver se podia jogar, o Adrian também sentiu um desconforto, tivemos algumas dificuldades em formar um onze com os que jogam mais vezes, entrou o Mauro [Couto], com 17 anos, naturalmente sem o mesmo ritmo, apesar de treinar bem e com qualidade, e tirámo-lo ao intervalo.
Não entrámos bem no jogo, sofremos logo um golo e o Braga pôs o jogo como queria, uma equipa confiante, a fazer um grande campeonato, com grandes jogadores, e nós numa fase de frustração queríamos vir aqui com um comportamento digno e isso acabou por acontecer, criámos uma situação ou outra, mas não fomos objetivos e o Braga foi construindo o resultado. Vitória justa do Braga, mas a minha equipa nunca se rendeu.
Foi uma época muito atribulada, tínhamos muita expectativa porque tínhamos feito um bom trabalho na anterior, conseguimos a manutenção a seis jornadas do fim, mas tivemos dificuldades no planeamento da época e na construção do plantel e isso condicionou muito o início da temporada. Nunca aconteceu aquela vitória para criar índices de confiança, depois deu-se a rutura, eu saí, houve várias lesões de jogadores importantes, chegámos a ir jogar com o Benfica com menos 12 jogadores, veio um colega que não conseguiu nenhum ponto, e quando eu regresso a equipa transformou-se e fizemos 21 pontos, uma segunda volta fantástica, com um futebol positivo. Foi uma época muito atípica, nós também errámos, toda a gente errou, não estou só a dar desculpas, estou aqui a dar a cara como treinador.
Houve já uma conversa com a direção no sentido da continuidade, tenho contrato, temos que ter mais conversas, mas à partida o sentido é de continuidade”.