Maria Júlia Ferreira, viúva do empresário que foi assassinado em outubro de 2017 em Moure, Vila Verde, foi ilibada pelo Tribunal de Instrução Criminal de Braga de ter participado no homicídio de António Ferraz da Costa, tendo este tribunal decidido avançar com a acusação do filho de ambos.
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Segundo relata a edição impressa do Correio da Manhã desta quinta-feira, o TIC deu razão à defesa apresentada pela viúva, destacando que não foi recolhida prova no sentido de imputar à mulher o crime de homicídio por omissão.
O testemunho da mulher em sede da Polícia Judiciária, que apontava o filho, José Miguel Costa, como autor do disparo fatal, terá sido dado como credível pelos juízes, descartando estes a tese do Ministério Público que imputavam à viúva responsabilidade no ato grotesco da morte do empresário.
Maria Júlia terá, no entanto, que responder em tribunal por posse arma ilegal e por simulação de crime, uma vez que foi dado como provado que mãe e filho simularam um “ajuste de contas” como estando na origem da morte do empresário.
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Recorde-se que António Ferraz, à data com 52 anos, foi encontrado morto na parte traseira de uma carrinha que o próprio utilizava, junto ao aeródromo de Palmeira, em Braga. Teria as mãos atadas e um saco na cabeça, dando a entender que se tratou de um rapto seguido de assassinato.
O filho do casal terá sido o autor de disparo de caçadeira contra o pescoço do pai, deixando-o parcialmente degolado. Nos dias seguintes ao crime, terá emigrado para França, onde acabou detido pelas autoridades francesas a pedido da PJ, depois do testemunho da mãe. O jovem está acusado de homicídio no grau agravado, uma vez que residia com a vítima.
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Sobre o testemunho da mãe, o tribunal declarou que “as declarações são pormenorizadas, sem contradições aparentes”, indicando mesmo que a versão da mulher é “mais credível e sustentada do que a tese apresentada pelo Ministério Público”.
O filho encontra-se em prisão preventiva enquanto aguarda julgamento. Já Maria Júlia está em liberdade.