Alto Minho
Vison-americano filmado a recolher carcaça de ave na foz de Caminha
Na foz do rio Minho
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Depois de avistamentos no rio Selho em Guimarães, no rio Cávado em Barcelos, na marginal de Esposende, há agora novo vídeo, filmado na sexta-feira, que mostra um vison-americano na foz do rio Minho. O vídeo cedido a O MINHO foi captado por Rafael Martins, que registou o mamífero em Caminha, enquanto recolhia uma carcaça de uma gaivota.

Foto: Rafael Martins
O vison-americano, neovison vison, é um mamífero da família mustelidae e está relacionado com doninhas e lontras. Trata-se de uma espécie invasora.
De acordo com a bióloga Joana Soto, ouvida pela Jornal de Barcelos (JB) a propósito dos avistamentos destes animais no rio Cávado, o vison-americano representa uma “ameaça” para as espécies nativas, mas o seu impacto neste território ainda carece de estudos.
A bióloga salienta que não sendo novo no Cávado, é normal existirem mais avistamentos nesta altura do ano porque está mais ativo a preparar o Inverno.
Joana Soto refere que o maior perigo que o animal representa é comer ovos das aves que habitam as margens do rio e fazem ninhos no solo, salientando que é uma espécie muito recente em Portugal e que “ainda se está a adaptar ao habitat”.

Foto: Rafael Martins
Como a presença deste anfíbio na bacia do Cávado ainda é pouco estudada, a bióloga apela a que os avistamentos sejam reportados pela aplicação móvel “iNaturalist” de forma a contribuir para o mapeamento da espécie.
Como O MINHO tem noticiado, já foram filmados visons-americanos no rio Selho em Guimarães e no rio Cávado em Barcelos, sendo que também há relatos da sua presença no rio Ave e no Este, em Braga, na zona de Gualtar.
A moda acabou por ser a razão de o vison-americano ter ‘viajado’ do continente norte-americano para o europeu.

Foto: Rafael Martins
“Foi introduzida na Europa para criação em quintas para o comércio de peles. No entanto, quer por fugas de animais a partir destas quintas, quer pela sua libertação deliberada e ilegal por parte dos proprietários das quintas, quando a atividade deixa de ser rentável, ou por grupos de defesa dos direitos animais, estabeleceram-se populações ferais em grande parte da Europa”, pode ler-se na tese de mestrado em Biologia da Conservação de Ana Duarte.
“Em Portugal, o vison-americano foi introduzido na década de 80, sendo provavelmente proveniente de quintas de criação localizadas na região da Galiza, existindo apenas uma quinta de criação em Portugal, na cidade de Valença do Minho”, refere o mesmo estudo, que alerta que o vison-americano “pode ainda vir a afetar negativamente as populações de rato-de-água (Arvicola sapidus) e as populações de anfíbios já de si debilitadas”.
“Atualmente, a introdução de espécies exóticas é considerada uma das principais ameaças à diversidade biológica”, sublinha a tese de Ana Duarte.

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Alto Minho
Juiz manda prender suspeito de abusar sexualmente da enteada em Caminha
Abusos começaram quando vítima tinha 10 anos

A Polícia Judiciária (PJ) de Braga deteve em Caminha um homem de 36 anos suspeito da prática de “inúmeros” crimes de abuso sexual de criança, sendo a vítima a enteada, disse hoje fonte daquela força à Lusa. Ficou em prisão preventiva.
Segundo a fonte, os abusos terão começado há seis anos, quando a vítima tinha 10 anos.
“O arguido terá submetido a vítima a frequentes atos sexuais de relevo, mas só recentemente a situação foi denunciada”, refere um comunicado da PJ.
Indiciado pela eventual prática de crimes de abuso sexual de crianças e de abuso sexual de menores dependentes, o detido foi presente à autoridade judiciária, tendo-lhe sido aplicada a medida de coação de prisão preventiva.
Notícia atualizada às 12h18 com mais informação.
Alto Minho
Idosa encontrada morta em quarto destruído por incêndio em Caminha
Polícia Judiciária investiga

O corpo de uma mulher de 80 anos foi hoje encontrado num quarto destruído por um incêndio, em Vila Praia de Âncora, em Caminha, sendo que o caso foi comunicado à Polícia Judiciária, para investigação, revelou fonte do CDOS.
Segundo fonte do Comando Distrital de Operações de Socorro (CDOS) de Viana do Castelo, “à chegada dos bombeiros o incêndio estava extinto, tendo ficado confinado ao quarto” de uma habitação.
“No interior do quarto os bombeiros encontraram o corpo de uma mulher com cerca de 80 anos”, especificou.
Segundo aquela fonte, o alerta foi dado às 07:59, para a rua da Cruz Velha, me Vila Praia de Âncora, no concelho de Caminha, distrito de Viana do Castelo.
Ao local compareceram 10 operacionais e três viaturas dos Bombeiros de Vila Praia de Âncora e a GNR.
Alto Minho
A rara beleza do lobo-ibérico na neve do Gerês (pela lente de Carlos Pontes)
Biodiversidade

“O inverno é uma das épocas do ano mais difíceis para seguir lobos e as suas condutas”. Quem o afirma é Carlos Pontes, fotógrafo e videógrafo de natureza natural de Ponte da Barca e um dos mais bem informados ‘seguidores’ das alcateias de lobo-ibérico do Parque Nacional Peneda-Gerês.
Desta vez, e pós várias horas de espera, conseguiu vislumbrar três lobos adultos, capturando o momento em fotografia. O colaborador da National Geographic conta que estes lobos, “assim como nós humanos, pelo menos em crianças, recebem com alegria a neve e insistem em aproveitar cada momento”.
“Em algum lugar, longe de pressões e barulhos desagradáveis, dois lobos adultos aproveitam a oportunidade de um sol que se revelou após dias de tempestades, nevoeiros densos e frio extremo”, conta Carlos, sempre “concentrado no cenário”.
“Os bichos mantinham alguma distância entre eles, chegaram a dormir cerca de uma hora em que a única acção que tinham era sacudir a neve e, volta e meia, levantar a cabeça para vigiar a envolvente. Eu esperava acontecimentos e tomava um café quentinho”, relata o profissional.
“Mais tarde e sem pressa, entra em cena um outro lobo, um pouco maior e mais escuro. Aquela silhueta, no alto da encosta, exibia uma pose e imponência que me deixou mais empolgado ainda, pois de imediato se reuniram e começaram a festa. Entre reviravoltas na neve, saltos sem jeito e corridas com escorrega, estes três lobos fizeram delícias como cachorros acabados de se encontrar no parque”, detalha Carlos Pontes.
“Apenas de café tomado, percebi, naquele exato momento, que realmente não sentia nada a não ser uma alegria enorme por todas aquelas imagens que presenciei e pude registar, porque os pés, as mãos e as restantes partes do corpo demoraram a reaparecer e fazerem-se sentir (risos)”, remata.
Quem é Carlos Pontes?
Um apaixonado pela fotografia de fauna selvagem. Natural de Ponte da Barca, desde criança que tem contacto com o Parque Nacional Peneda-Gerês (PNPG), não só com a área inserida em Ponte da Barca mas também em Arcos de Valdevez e Melgaço, zonas com as quais mais se identifica.
Aos 35 anos, é hoje considerado um autor diferenciador dos animais e paisagens do PNPG. Esteve sempre em contacto com serras e animais, enquanto se formou em design e buscou conhecimentos em biologia. Com grande habilidade técnica no mundo da natureza e fotografia, estuda teoria e prática sobre as áreas e espécies que fotografa.
Carlos Pontes em trabalhos junto ao rio Vez. Foto: Luís Fernandes
Venceu alguns prémios em concursos nacionais de fotografia, colaborou com documentários de vida selvagem transmitidos pela televisão portuguesa e colaborou em publicações da National Geographic
Mais recentemente, colaborou como câmara no novo projeto “DEHESA – el bosque del lince” do aclamado produtor e realizador de filmes de natureza, Joaquin Gutierrez Acha.
Esta produção, sobre sobre Portugal e Espanha é da autoria de um dos melhores realizadores da Europa onde só entram dois portugueses: Carlos Pontes e João Cosme.
“Conhecer Carlos Pontes é perceber que o seu ADN é marcado pelas serras e os animais, particularmente o lobo-ibérico (canis lupus signatus)”, diz a biografia que o autor partilhou com O MINHO.
Desde os nove anos que vê lobos em estado selvagem, mas desde os vinte anos que começou a mostrar mais interesse. Os lobos são, hoje, a sua “principal fonte de inspiração”.
‘Set’ improvisado no monte por Carlos Pontes. Foto: Facebook de Carlos Pontes
Através de exposições, Carlos Pontes quer ajudar a valorizar o lobo como “um elemento crucial não só da biodiversidade regional, mas também da identidade cultural e tradição populares”.
“Desmistificar a falsa ideia do lobo mau pode permitir que as entidades governativas da região vejam na sua imagem e no rico património cultural a ele associado no contexto ibérico uma mais valia para o desenvolvimento económico e turístico”, refere o autor.
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