Foi anunciado esta semana o projeto de requalificação do troço da Estrada Nacional 101 que atravessa o concelho de Vila Verde, com a inclusão de uma nova rotunda em Soutelo, junto à Ponte do Bico (que liga Amares, Vila Verde e Braga) e uma caixa de saída em Gême, junto a um parque industrial.
A medida, há muito reivindicada por executivo municipal, oposição e presidentes de junta, é recebida com agrado, mas executivo da Junta da Loureira, uma das principais impulsionadoras desta requalificação, não ficou agradado com o projeto apresentado.
Em declarações a O MINHO, o autarca Pedro Dias mostra-se insatisfeito, e até um pouco revoltado, pela não inclusão de passeios ou estacionamentos numa zona considerada fatídica, junto aos estabelecimentos comerciais e à Pastelaria Babá.
“Estou insatisfeito com o projeto porque não é aquele que estava estipulado. Inicialmente apresentaram um projeto, mas fomos ouvidos e foi feita uma melhoria, com inclusão dos passeios nas duas faixas e o ordenamento de estacionamento junto à Babá”, disse Pedro Dias.
Naquele lugar, considerado perigoso tanto por peões como por automobilistas, morreu, a 09 de janeiro de 2018, Francisco Gomes, um professor respeitado na comunidade e que há vários anos se batia junto de diferentes poderes para que fossem criados passeios. Acabou por falecer sem que se visse o sonho cumprido.
A tragédia, ocorrida mesmo à porta de casa do malogrado, fez com que vários movimentos se juntassem para reclamar maior segurança para o local. O então ministro das Infraestruturas, Pedro Marques, entretanto eleito eurodeputado, ouviu as reclamações e levou o assunto ao Governo, ordenando-se a instalação de uma nova rotunda para acalmar a velocidade do trânsito, algo que aconteceu e, efetivamente, criou um pouco mais de segurança em termos de velocidade dos veículos.
No entanto, a segunda parte da promessa ficou por cumprir. Os passeios, que garantem maior segurança aos peões, ficaram de fora desta anunciada requalificação.
Quem passa diariamente no local pode constatar que os peões são obrigados a utilizar a estrada para se deslocarem.
Todo este cenário faz aumentar a insatisfação no presidente da Junta da Loureira, que pede uma nova revisão ao projeto para que sejam incluídos os passeios, os lugares de estacionamento e a melhoria de circulação das águas pluviais.
(notícia atualizada às 17h43)