Um jovem casal de Vila Verde com dois filhos menores, um dos quais um bebé de nove meses, reside há algum tempo numa barraca de madeira, perto do centro daquela vila, não tendo condições de habitabilidade.
A situação foi denunciada pelo vereador da oposição, José Morais (PS) que aponta dedo à Câmara de Vila Verde (PSD), a quem acusa de nada fazer.
Em nota de imprensa, o vereador indica que a filha de 12 anos “dorme no chão” enquanto a bebé dorme na cama com os pais.
“Uma habitação com uma divisória que serve para dormir, cozinhar e tomar banho. Quando chove, o interior da barraca fica inundado, o que infelizmente voltou a acontecer no domingo passado”, denuncia o vereador socialista.
José Morais aponta que o “mais grave” nesta situação terá sido um pedido de ajuda à Câmara por parte da família, de forma a ter acesso a uma habitação social, mas que a autarquia “nada fez”.
O vereador aponta o dedo à vereadora com o pelouro da Habitação Social, Júlia Fernandes, dizendo ser “incompreensível” existirem “habitações sociais vazias à espera de obras” enquanto é gasto “milhares de euros em festas de promoção social”.
“A vereadora prefere continuar a passear-se de festa em festa, em vez de fazer aquilo que lhe compete: ordenar a requalificação imediata das habitações sociais vazias e entrega-las às famílias carenciadas que delas necessitam”, aponta o socialista.
De acordo com a mesma nota, esta terça-feira, deu entrada de um novo pedido de apoio para habitação social por parte desta família.
Vereadora fala em acusações infundadas
A vereadora Júlia Fernandes (PSD), esposa do eurodeputado José Manuel Fernandes e um dos nomes apontados como candidata à presidência da autarquia vila-verdense em 2021, já reagiu, dizendo que as acusações da oposição são “infundadas” e que esta foi “uma ação de ofensa meramente pessoal e desprovida de qualquer sentido de responsabilidade política”.
“Fazendo uso da situação infeliz e problemática de uma família que reside num acampamento numa freguesia do concelho, o vereador do PS acusa o Município e a vereadora responsável pela área da Ação Social de nada fazerem perante o caso, o que é efectivamente falso”, argumenta.
Júlia Fernandes afirma já ter visitado o local tendo comunicado com as pessoas em causa. Diz que procurou junto dos serviços municipais “uma solução que tenha a anuência da família, nomeadamente através do apoio à renda”.
“No entanto, a família em causa tem adiado a resposta positiva para consumar as propostas apresentadas pelo Município que foram bem acolhidas pelos membros da família”, refere.