O Sindicato Nacional de Bombeiros Profissionais (SNBP) emitiu hoje um comunicado a denunciar o “clima de medo” e “insegurança” que se vive no interior do quartel dos Bombeiros Voluntários de Vila Verde.
O sindicato frisa as “perseguições” e “ameaças de despedimento” por parte da Direção da associação humanitária. Paulo Rocha, presidente da Direção dos Bombeiros Voluntários de Vila Verde, desconhece quaisquer problemas. “Nunca tivemos nenhum clima de terror, nem de coisa nenhuma, nós estamos lá é para gerir a associação, mais nada”, refere o presidente a O MINHO.
Numa longa lista de queixas apresentadas pelo sindicato, após reunião com os associados em 18 de abril, o SNBP denuncia ainda a “discriminação negativa a uma bombeira” que foi mãe recentemente e que os equipamentos de proteção individuais estão “completamente obsoletos”. “Não são desinfetados há 10 anos”, nota.
Apontam ainda as “condições extremamente precárias e degradantes” do quartel, que não garantem “as devidas condições de higiene, segurança e bem-estar para os bombeiros”. “Para agravar a situação, têm surgido vários problemas com ratos e ratazanas nas instalações do quartel”, refere o sindicato.
Por fim, o SNBP aponta a “falta de efetivos para assegurar o devido socorro à população”, uma vez que “existem apenas 30 assalariados e cerca de 60 voluntários”.
O MINHO contactou Luís Morais, comandante dos bombeiros de Vila Verde, mas este remeteu qualquer esclarecimento para a próxima semana, uma vez que se encontra de férias.
Bombeiro combateu incêndio sozinho
No mesmo comunicado, o sindicato denunciou uma situação ocorrida em 16 de abril, num despiste, seguido de incêndio rodoviário, em Prado, em que foi apenas um bombeiro combater as chamas.
“O alerta foi dado às 04:53, tendo sido mobilizado um Veículo Urbano de Combate a Incêndios (VUCI) da AHBV Vila Verde, com apenas com um único Bombeiro. Como é que um Bombeiro consegue intervir sozinho num incêndio? Em regra geral, as equipas do VUCI são constituídas por seis elementos. No entanto, em determinadas situações, por falta de efetivos, poderão ter o mínimo cinco operacionais”, relata.
Posto isto, de acordo com o SNBP, às 05:25, os Bombeiros Sapadores de Braga, foram chamados ao local, apoiados por um VUCI e duas ambulâncias.
“Diariamente, os Bombeiros Voluntários de Braga e os Sapadores de Braga realizam entre dois e três serviços de Emergência Pré-Hospitalar para Vila Verde. Por conseguinte, demoram cerca de 20 a 30 minutos a chegar ao local, uma vez que não conhecem as áreas. Ao passo que os Bombeiros de Vila Verde
conseguiriam prestar estes serviços mais rapidamente”, aponta.
Para o sindicato, a “falta de operacionalidade” coloca em causa “o socorro à população de Vila Verde e todo o distrito de Braga”.