Vigilantes da Natureza desdobram-se para evitar quedas em cascatas no Gerês

Turistas procuram parque nacional para mergulhos
José Ferreira, Vigilante da Natureza do ICNF, na Cascata do Homem. Foto: Joaquim Gomes / O MINHO

Os Vigilantes da Natureza, operacionais do Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF) têm estado proativos não só, mas também, na Cascata do Homem, o que tem contribuído, decisivamente, para a ali quase inexistente sinistralidade.

A Cascata do Rio Homem, concelho de Terras de Bouro, registou este verão um único caso de acidentes, a queda de uma mulher de meia idade, no último sábado. Mas a exceção confirma a regra, segundo a qual, com uma vigilância permanente, quase não há acidentes nas cascatas.

Vigilantes da Natureza do ICNF proativos na Cascata do Homem. Foto: Joaquim Gomes / O MINHO
Foto: Joaquim Gomes / O MINHO

Ao longo do último fim de semana, O MINHO constatou toda a azáfama de uma patrulha dos Vigilantes da Natureza do ICNF baseados no Centro Ambiental do Vidoeiro, acima da Vila do Gerês, que em face do elevado número de turistas, se desdobrava.

As cascatas do Rio Homem são muito propensas a quedas. Foto: Joaquim Gomes / O MINHO

A Cascata do Rio Homem tem a particularidade de confluir com uma das Áreas de Proteção Total (APT) do Parque Nacional da Peneda-Gerês, que ali começa precisamente com a subida do estradão que conduz às antigas minas de volfrâmio dos Carris.

Um dos problemas é que apesar das sucessivas placas, quer horizontais, quer verticais, a tendência de muitos e muitos daqueles que se querem banhar nas lagoas do Homem, é desobedecer e passar à socapa se ali não estiverem os Vigilantes da Natureza. 

Foto: Joaquim Gomes / O MINHO

Como sucede cada vez mais no único parque nacional português, um grande número de pessoas que para ali vão não respeitam os ecossistemas, passam de carro a buzinar, levam colunas de som com o volume muito alto, fazendo do Gerês uma “romaria”.

Estacionamento indevido na Bouça da Mó

É que além das muitas centenas de pessoas que, entre sábado e domingo, se deslocaram à Cascata do Rio Homem, perto já da antiga fronteira da Portela do Homem, há muita gente a demandar até à Mata de Albergaria e, especialmente, à Bouça da Mó.

Na Bouça da Mó, uma estrada de terra batida com cerca de cinco quilómetros, que liga a Portela do Homem até ao Campo do Gerês, há casos de estacionamento de automóveis, apesar de proibidos, só valendo a proatividade dos Vigilantes da Natureza.

É que a Mata de Albergaria, bem como a sua vizinha Mata de Palheiros, só separadas pelo Rio Homem e por outros cursos de menor volume, são Reserva Mundial de Biosfera, exigindo cuidados máximos para a sua preservação, face à falta de civismo.

Têm de ser os operacionais do ICNF a mandar retirar automóveis indevidamente estacionados, porque além de ser uma área a proteger, não pode ter veículos parados, só por comodismo dos visitantes, porque inviabilizam a passagem de carros de socorro.

Ainda está presente na memória dos amigos da natureza em geral e do Parque Nacional da Peneda-Gerês, muito em particular, o grande incêndio de há 15 anos, precisamente o de agosto de 2009, que devastou então grande área do PNPG.

Foi este fogo florestal que por sua vez permitiu a invasão de mimosas e de acácias, ambas infestantes, nunca tendo sido ainda possível recuperar do crescimento galopante daquelas espécies arbóreas e que são uma praga permanente do parque nacional. 

Os dois Vigilantes da Natureza, Lino Gonçalves e José Ferreira, que não prestaram declarações a O MINHO, por não estarem autorizados, também pouco tempo teriam para o fazer, tal a atenção permanente que precisam para acorrer a todas as situações.

 
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