Um vídeo partilhado esta quarta-feira pelo fotógrafo de natureza Norberto Esteves mostra um lobo-ibérico a latir. Foi captado algures no Parque Nacional da Peneda-Gerês.
“Trata-se de uma vocalização rara, mas normal para intimidar”, referiu o investigador Francisco Alvares, investigador do Centro de Investigação em Biodiversidade e Recursos Genéticos (CIBIO), da Universidade do Porto, em declarações a O MINHO.
São denominados por “barks” ou “latidos”, um “tipo de ladrar que os lobos têm quando se sentem ameaçados e para dar um sinal ‘agressivo'”.
Para o investigador, que estuda o lobo-ibérico há mais de 30 anos e integra o projeto Life Wild Wolf, este lobo terá latido porque o observador estaria demasiado perto ou o animal estaria acompanhado por crias.
“É essa vocalização, rara no lobo, que, com a domesticação, foi muito acentuada nos cães”, acrescenta.
“No video vê-se o lobo a ladrar, posso dizer que ladrou durante bastante tempo, talvez um minuto ou mais, o que me surpreendeu bastante. Mesmo depois de se ter ido embora no encalce da restante alcateia ainda o ouvi a ladrar ao longe”, conta Norberto Esteves, fotógrafo de natureza, de Melgaço, numa publicação no Facebook.
Segundo o Censo Nacional do Lobo (2019-2021), publicado em dezembro, existem 13 alcateias confirmadas no Minho, nove delas acima do rio Lima, com a área de Monção e Melgaço a ser a mais habitada pelo Canis lupus.
Na área Noroeste, que inclui o distrito de Vila Real, são 24 alcateias no total. No país todo são 58, um número menor do que em 2003, altura do último Censo Nacional.
No caso da área da Peneda/Gerês, aponta para uma média de seis lobos por alcateia, resultando no número de 78 lobos nos distritos de Braga e de Viana do Castelo, número que poderá variar na realidade, uma vez que não é possível apurar ao certo o número de lobos em cada alcateia.
Notícia atualizada às 14:25 com declarações do investigador Francisco Alvares