Viana vai ter o primeiro centro de alta performance de boxe do país

Câmara assinou protocolo com a Federação Portuguesa
Foto: CM Viana do Castelo

A Câmara de Viana do Castelo e a Federação Portuguesa de Boxe assinaram um protocolo que vai permiti criar um centro de preparação para a alta performance em Viana do Castelo, foi hoje anunciado.

Em comunicado, a autarquia explica que a nova valência desportiva terá como objetivo servir os atletas que poderão ali fazer a preparação para as provas em representação da seleção nacional.

O protocolo agora firmado pelo presidente da Câmara, Luís Nobre, e pelo presidente da Federação Portuguesa, Paulo César Teixeira, num momento que contou com a presença do vereador do Desporto, Ricardo Rego, prevê igualmente a realização de um conjunto de eventos e provas associadas a esta modalidade, que “está em crescimento no país”.

Nesse sentido, para os dias 01, 02 e 03 de novembro, está já agendado para Viana do Castelo o Campeonato Nacional nos escalões infantil, cadete, júnior e elite, num evento que conta com o apoio da Câmara.

Recentemente, o presidente da Federação Portuguesa de Boxe foi nomeado como o primeiro representante de Portugal na Associação Internacional de Boxe (IBA) para o novo Comité de Boxe Profissional.

“Este feito inédito destaca o crescimento e a importância do boxe em Portugal, colocando o país no mapa do boxe internacional”, assinala o comunicado.

No ano passado, Viana do Castelo conquistou a bandeira dourada ao ser eleita Melhor Cidade Europeia do Desporto de 2023.

“É um concelho que respira desporto e que promove inúmeras atividades das mais variadas modalidades ao longo do ano. Conta atualmente com 4.500 atletas federados e mais de 10.000 não federados, distribuídos por mais de 100 de clubes e coletividades que promovem regularmente mais de 50 modalidades, atividade física e/ou desporto federado”, conclui a autarquia.

Objetivo é preparar Jogos Olímpicos de 2028

“Será o primeiro centro de alta performance, exclusivamente, dedicado à modalidade de boxe, no país. Não conheço mais nenhum centro desta natureza dedicado a modalidades de combate”, afirmou hoje o presidente da Federação Portuguesa de Boxe, Paulo César Teixeira.

Em declarações à agência Lusa, a propósito de um protocolo assinado na última sexta-feira com a Câmara Municipal de Viana do Castelo, Paulo César Teixeira explicou que o “compromisso assumido com a autarquia é concretizar aquela valência, em duas fases”.

“Até ao fim do ano, vamos tentar, em conjunto com os serviços municipais, criar as condições para começarmos a funcionar. Existem duas instalações municipais que estão referenciadas, mas ainda não está escolhida a que irá acolher o centro”, observou.

Quando a localização for fechada, explicou, o objetivo da federação e da autarquia é “criar condições intermédias para o centro começar a funcionar até final do ano”. “Nesta fase, o espaço será dotado com apenas uma camarata para receber atletas”, pontuou.

Paulo César Teixeira adiantou que, posteriormente, o objetivo é candidatar a requalificação das instalações a fundos comunitários do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), estimando que a intervenção possa representar um investimento “entre 200 e 250 mil euros”.

“A Câmara Municipal tem já muito bem definido o quadro de financiamento para nos ajudar a fazer a requalificação das instalações e criar duas residências, uma masculina e uma feminina, para acolher cerca de 20 atletas”, especificou.

Segundo o responsável, “a partir do primeiro semestre de 2025, o objetivo é ter o novo centro a trabalhar em pleno, tendo em vista o novo ciclo olímpico em Los Angeles[2028]”.

“Temos estado a trabalhar nos apuramentos para Los Angeles. A criação de condições físicas para que isso possa acontecer é determinante. Há claramente uma ligação objetiva entre boas condições de treino e boa performance. Nós acreditamos que a Viana do Castelo pode ser a nossa incubadora da próxima medalha olímpica”, destacou.

O presidente da Federação Portuguesa de Boxe revelou que a nova valência receberá “não só atletas residentes, como concentrações e preparação das provas de apuramento olímpico e campeonatos do Mundo e da Europa”.

Para o dirigente, “o que é relevante é olhar para o interior do país como maior centro de oportunidades”.

“Se pensarmos que Portugal é de facto um país muito pequeno, não faz muito sentido estarmos cada vez mais a concentrar o investimento e a concentrarmos aquilo que diz respeito à performance e à preparação das nossas modalidades nos grandes centros urbanos. Se eu procurasse fazer este centro em Lisboa, não teria as mesmas condições que tenho em Viana do Castelo, que apesar de ser um parceiro nosso, além de ter sido Cidade Europeia do Desporto, é conhecida por apoiar muito a prática da atividade física, quer formal, quer informal. E, portanto, nós temos de aproveitar isso. Temos de aproveitar os municípios que querem apostar no desporto”, acrescentou.

Com cerca de uma centena de clubes inscritos na federação, Paulo César Teixeira referiu “que estão, essencialmente, concentrados na zona norte, na zona de Lisboa e no Algarve”.

“No interior, temos apenas dois clubes. É também esse o objetivo, desenvolver a modalidade no interior”, frisou.

 
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