O presidente da Câmara de Viana do Castelo anunciou hoje que vai propor ao Governo um programa de formação que permita empregar em novas empresas locais os ex-trabalhadores dos estaleiros que em 2017 deixam de ter subsídio de desemprego.
“Vou sugerir que seja constituída uma equipa de trabalho conjunta entre a Câmara Municipal e o Instituto de Emprego e Formação Profissional (IEFP) para que possa ser desenhado um programa de formação para aqueles trabalhadores que vão perder o subsídio de desemprego no próximo ano“, afirmou o autarca de Viana do Castelo.
José Maria Costa, que falava aos jornalistas no final de uma reunião hoje realizada nas instalações camarárias com representantes da comissão representativa dos ex-trabalhadores dos Estaleiros Navais de Viana do Castelo (ENVC), afirmou que a proposta vai ser enviada “num memorando” que encaminhará para o ministro do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social.
Explicou que o objetivo é dar aqueles ex-trabalhadores “novas competências ou reorientar as suas competências profissionais atendendo a que Viana do Castelo está, neste momento, a atrair novos investimentos no setor automóvel“.
“Vamos ter novas empresas que vão necessitar de recrutar muitos trabalhadores”, frisou, acrescentando “ser possível encontrar uma proposta a ser desenvolvida na formação profissional, em áreas que lhes permitam ter um horizonte de empregabilidade de curto prazo”.
“Procurarmos aproveitar o conhecimento que estes trabalhadores já têm, fazendo formação específica e dando uma esperança para que possam, rapidamente, integrar o mercado de trabalho, como eles pretendiam”, sublinhou.
De acordo com números revelados pelo porta-voz da comissão representativa dos ex-trabalhadores dos estaleiros, António Ribeiro estão nesta situação “cerca de uma centena de ex-trabalhadores”.
Adiantou que “outros 300 já têm idade para entrar na pré-reforma mas vão sofrer penalizações”. Sobre esta questão José Maria Costa admitiu tratar-se “de uma situação que o ultrapassa” mas afiançou que “irá colocar o caso para ver da possibilidade destes trabalhadores não serem afetados na redução que está prevista”.
Para António Ribeiro a reunião com o autarca “foi muito positiva”, referindo que o “presidente da Câmara foi sempre um elemento que esteve na grande luta dos estaleiros”.
“Como estão a vir aí umas grandes oportunidades a nível laboral, de algumas empresas que estão no nosso distrito, o senhor presidente vai propor que se faça uma formação até no âmbito de trabalho dessas empresas para que esses ex-trabalhadores possam ser recolocados”, disse.
Acrescentou ter transmitido ao autarca a “grande preocupação” quanto “aos ex-trabalhadores que estão desempregados e que, em 2017, passam à reforma e vão sofrer fortes penalizações, como o fator de sustentabilidade de 13,34% e mais 12,75% por assinarem o acordo mútuo”.
Em 2014, quando os estaleiros foram subconcessionados à Martifer estavam ao serviço 609 trabalhadores. O plano de rescisões amigáveis a que os trabalhadores foram convidados a aderir custou ao Estado 30,1 milhões de euros.
A comissão representativa dos ex-trabalhadores foi criada no início de setembro para discutir o seu futuro com forças políticas e agentes do poder e já se reuniu com o PCP, com o Bloco de Esquerda, com o Partido Ecologista “Os Verdes” (PEV) e hoje com o presidente da Câmara da capital do Alto Minho.
Continua a aguardar por resposta aos pedidos de reunião enviados “ao PS, PSD e CDS, ao Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social e à Comissão Parlamentar do Trabalho e da Segurança Social”.
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