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Viana: Palácio do antigo Governo Civil reabre para desfile inspirado no traje

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O palácio do século XVIII onde funcionou até 2011 o Governo Civil em Viana do Castelo vai reabrir portas, no sábado, para ser palco, pela primeira vez, de um desfile de moda, inspirada nos trajes regionais.

“O palácio dos Cunhas tem tudo a ver com o meu artigo. É do palácio que parte o desfile da mordomia (um dos pontos altos das festas da Agonia) e os meus produtos são inspirados, essencialmente, no traje. Este ano, tenho uma coleção nova que terá a ver também com a cultura do Alto Minho”, explicou Isabel Lima.

Com o fim dos Governos Civis, desde 2011 que aquele edifício tem apenas a valência de Centro de Comando Distrital de Operações de Socorro (CD0S) ativa.

Designado por “Palácio dos Cunhas”, o edifício retrata a arquitetura civil do século XVIII, no qual se destaca a fachada principal, voltada a sul, além do amplo logradouro.

“O desfile, das mais da 30 peças que vou apresentar, vai começar no interior do palácio e depois descerá pela escadaria até à zona dos jardins, onde haverá dança, e música, com fado cantado ao vivo”, explicou a artista que recria trajes tradicionais em moda.

Professora de Educação Visual, Tecnológica e Expressão Plástica, Isabel Lima cria cada peça “com muito gosto”, inspirando-se no “vestir com história” do traje regional.

“Inspiro-me essencialmente no traje de lavradeira, de domingar, de mordoma e da ribeira”, explicou, adiantando que as criações são confecionadas “com vários tecidos nobres”.

A segunda edição do “Viana está na moda” tem como tema a “Emoção, Cultura e Arte”, conta com o apoio do pelouro a Cultura da Câmara de Viana do Castelo, e tem entrada gratuita.

Além de peças de vestuário, Isabel Lima produz, há vários anos, acessórios de moda, mobiliário, artigos decorativos, todos inspirados no traje regional.

“É um bocado veia de artista porque o meu avô foi quem orientou as obras do Templo de Santa Luzia, e daí, se calhar, já me vem no sangue”, disse.

O desfile de moda, com participação de jovens, sobretudo da cidade, integra “peças que nunca se repetem, de design’ simples, mas com detalhes e imagem de uma mulher que tem sobre si o rosto da vianesa”.

“É um desfile retrospetivo do meu trabalho, tendo sempre a mulher vianense no centro das atenções. Este ano tenho novidades que não quero revelar para não retirar o fator surpresa”, disse.

Até 1911, aquele palácio recebeu o “liceu” da cidade, e foi adquirido pelo Estado e alvo de obras de beneficiação, que incluíram a conclusão da ala nascente, ainda incompleta, e instalado o Governo Civil do distrito e outros serviços públicos, nomeadamente a Junta Distrital e a Polícia de Segurança Pública.

Todos os anos, durante as festas da Agonia, abre portas para receber as centenas de mordomas minhotas que participam no desfile da mordomia, um dos pontos altos do programa da romaria, que este ano vai acontecer no dia 21 de agosto.

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