Viana: Milhares no Santoinho para celebrar centenário do fundador

Concertos de Quim Barreiros, Canário, Toy e muito mais
Foto: Joca Fotógrafos / O MINHO

A Quinta do Santoinho recebeu, no último sábado, o habitual arraial de aniversário com atuações de Quim Barreiros, Toy, Augusto Canário, Sons do Minho e Zezé Fernandes.

Este ano, o evento assinalou o centenário do nascimento do seu fundador, António Cunha, falecido em 2005.

Foram milhares os que marcaram presença no evento que terminou com uma sessão de fogo de artifício.

Fundado por António Cunha

Idealizado e concebido pelo empresário António Cunha, numa antiga quinta da família, o Santoinho recria as tradições e costumes do Alto Minho.

António Cunha, empresário no sector de turismo e transportes, ao sentir a necessidade de englobar num só espaço as vivências e a cultura do Minho, criou o Santoinho em 1972.

“Desta forma, os turistas poderiam levar consigo uma experiência única das tradições gastronómicas, populares, culturais e etnográficas da região, não só como visitantes mas acima de tudo como participantes”, pode ler-se no site do Santoinho, que se tornou uma referência turística do Minho.

O Santoinho é também hoje um importante meio divulgador da cultura minhota, através da exposição permanente de uma variada coleção de alfaias e utensílios do campo, de lagares, pias e figuras em granito, de espigueiros originários de todos os concelhos do distrito de Viana do Castelo, uma adega regional e ainda de antigas viaturas de transporte, como autocarros, automóveis, uma locomotiva do século XIX, carruagens do caminho de ferro, um coche do século XVII, carros de bois e de cavalos.

História

Já no início do século XX, a família Cunha estava ligada aos transportes, mas um negócio mal resolvido deixou-a falida. Coube a António Cunha, o mais velho de oito irmãos entretanto órfãos de pai, tomar a condução das coisas.

FOTO: DR

Nos anos 40 a atividade de transporte em autocarro estava de regresso à família (com a atual casa do Santoinho a fazer de garagem). No final da década, já se organizavam excursões turísticas e, dez anos depois, António Cunha abria a primeira agência de viagens do distrito e conseguia as primeiras licenças de autocarros de aluguer em todo o país.

Assim – conforme se pode ler na história patente no site do Santoinho – a década de 1960 estava aberta ao chamado ‘turismo de importação’ e a Agência de Viagens Irmãos Cunha (AVIC) era das primeiras do país a importar os ingleses e holandeses. Mas António percebeu que havia que criar distrações além do sol e praia para a estadia desses primeiros visitantes. Por exemplo, abriu a primeira ‘boite’ da cidade de Viana, inaugurou o conceito de cruzeiros fluviais e arrancou com os primeiros restaurantes típicos regionais.

Mas principalmente, António Cunha percebeu que era nos usos e costumes em vias de desaparecimento que se encontrava o principal atrativo para os turistas. E passou essa década, de freguesia em freguesia, onde houvesse ranchos folclóricos e quintas para alugar, a recriar regularmente os arraiais minhotos da sua infância.

Em Maio de 1972, a casa dos irmãos Cunha fazia-se no poiso fixo dessa mostra etnográfica, cultural e gastronómica. Estava fundado o Santoinho.

Ao longo destas cinco décadas de existência, a Quinta recebeu mais de cinco milhões de pessoas dos quatro cantos do mundo em cerca de 2.500 arraiais e mais de 10 milhões de visitas no total dos seus espaços.

Em cada arraial são consumidas 12 mil sardinhas, mil frangos, febras de 40 porcos,

 
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