Os paroquianos de Santa Leocádia de Geraz do Lima, em Viana do Castelo, impediram no sábado a posse do pároco nomeado em maio de 2019 pela Diocese, garantindo que as chaves da igreja continuam com os fiéis.
“As chaves da igreja continuam nas mãos da população, que não vai desistir de lutar pela substituição do padre nomeado pela Diocese de Viana do Castelo”, disse hoje à Lusa o porta-voz dos paroquianos, Agostinho Lima.
O impasse na paróquia de Santa Leocádia de Geraz do Lima, com cerca de dois mil habitantes e situada a cerca de 20 quilómetros da cidade de Viana do Castelo, arrasta-se desde maio de 2019 na sequência da morte do pároco anterior, João Cunha, e da nomeação, pela diocese, do sucessor, o padre Adão Lima.
Agostinho Lima explicou anteriormente à Lusa que a população de Santa Leocádia de Geraz entende que “o padre Adão Lima é uma pessoa materialista, com grandes sinais de riqueza, autoritário, inacessível, não dialogante e um mau exemplo para a comunidade”.
“Qualquer outro padre será bem recebido, menos o que foi nomeado pela diocese”, sustentou na ocasião.
Agostinho Lima explicou hoje que a “tentativa de tomada de posse aconteceu no sábado, quando cerca de uma centena de fiéis se encontravam no interior da igreja para assistirem à missa das 17:30”.
Um dos padres que “a paróquia arranjou para garantiu o culto à população, foi surpreendido com a chegada do sacerdote nomeado, acompanhado pelo arcipreste da Diocese de Viana do Castelo”.
“O padre Adão Lima e o arcipreste apareceram no altar e as pessoas ficaram surpreendidas. O padre que ia celebrar missa também não estava a contar e ficou numa posição ingrata. Face àquela situação, a maioria das pessoas decidiu abandonar a igreja e à saída desligaram as luzes do templo, manifestando a sua indignação”, afirmou.
Contactada hoje pela agência Lusa, fonte do secretariado diocesano de Viana do Castelo informou que o bispo, Anacleto Oliveira, “não faz qualquer comentário sobre o assunto”.
Já o porta-voz dos paroquianos garantiu que “a população se mantém firme na contestação ao pároco nomeado pela Diocese e que, em breve, será convocada uma reunião para discutir o assunto”.
“O povo não vai aceitar o padre Adão Lima”, frisou.
Agostinho Lima explicou que “a população já se reuniu com o vigário-geral, a quem colocou todas as suas razões”, mas sem resultados.