A Direção-Geral do Património Cultural (DGPC) propôs ao Governo a classificação de seis pirogas monóxilas encontradas no rio Lima, em Viana do Castelo, como Conjunto de Interesse Nacional (CIN), com a designação de “tesouro nacional”.
De acordo com anúncio publicado hoje em Diário da República (DR), a proposta de classificação, datada de 06 de fevereiro, foi remetida à secretária de Estado Adjunta e do Património Cultural.
As pirogas monóxilas são embarcações construídas a partir de um único tronco de árvore, neste caso de carvalho. O conjunto agora em processo de classificação foi recolhido do rio Lima entre 1985 e 2008.
“Este conjunto apresenta um interesse arqueológico e patrimonial muito relevante enquanto testemunho notável da navegação em Portugal, e da travessia do rio Lima em particular, desde a Idade do Ferro até à Baixa Idade Média”, justifica a DGPC.
O anúncio em DR determina agora 30 dias para pronuncia dos interessados
A dimensão do conjunto e de cada exemplar – uma delas com quase sete metros de comprimento -, o seu estado de conservação e a antiguidade de alguns exemplares “não têm paralelo na Península Ibérica, sendo também únicos em Portugal”, acrescenta a DGPC.
A abertura do procedimento, “no âmbito da política da DGPC, significa o reconhecimento do inegável valor científico, técnico, estético e material de cada um destes bens arqueológicos para a história de Portugal, remetendo para traços constituintes e distintivos da nossa relação com o mar”.
As pirogas foram encontradas nos sítios de Lanheses e Lugar da Passagem, freguesias de Lanheses e Geraz do Lima, concelho de Viana do Castelo, sendo que o achado da primeira piroga do conjunto remonta a 1985.
Estes bens arqueológicos encontram-se à guarda da DGPC nas reservas do Centro Nacional de Arqueologia Náutica e Subaquática (CNANS), segundo aquele organismo do Ministério da Cultura.
Também hoje foi publicado em DR o anúncio da proposta de classificação como bem de interesse nacional (BIN) da píxide sapi-portuguesa (recipiente para hóstias) do século XVI, com a designação de “tesouro nacional”.
O anúncio, datado de 13 de fevereiro, determina o prazo de 30 dias para os interessados se pronunciarem.