Afastado o “risco iminente” de ruína da igreja seiscentista de Santo António, em Viana do Castelo, a autarquia quer dar sequência à recuperação do imóvel, orçada em mais de meio milhão de euros, ainda sem data para avançar.
O presidente da Câmara Municipal adiantou que o projeto, a elaborar em parceria com a paróquia de Santa Maria Maior, “será candidatado aos novos fundos comunitários, assim que abrirem os avisos”, sem apontar prazos.
“Trata-se da reabilitação do interior do templo, desde o altar-mor às peças de arte sacra. É uma intervenção que pode demorar anos e custar mais de meio milhão de euros. A intenção da Câmara é apoiar a paróquia na reabilitação de um imóvel de elevador valor patrimonial”, afirmou o autarca.
José Maria Costa salientou a conclusão da intervenção de “emergência”, de consolidação e reforço estrutural que vai ser visitada, no sábado, às 11h00, a propósito das Jornadas Europeias do Património.
“Esta empreitada era urgente para evitar o risco de ruína, face ao muito mau estado em que se encontrava o imóvel”, frisou.
A obra começou em maio do ano passado, e representou um investimento de mais de 210 mil euros financiado pelo ON.2 – O Novo Norte (Programa Operacional Regional do Norte).
O município assumiu a componente nacional daquela candidatura e “garantiu o apoio técnico da intervenção a realizada nas paredes e nos telhados”, tal como consta do protocolo estabelecido entre a autarquia e a paróquia de Santa Maria Maior.
Em risco de colapso há vários anos, a também conhecida como igreja do Convento de Santo António, foi construída em 1625, sendo considerada como um exemplar único da época, descrito pelos especialistas como possuindo “características arquitetónicas muito importantes”, apesar do seu avançado estado de degradação.
Por precaução, o templo está fechado há mais de cinco anos.
O pároco local explicou que um relatório do Instituto de Gestão do Património Arquitetónico e Arqueológico (IGESPAR) apontava em 2012 para o risco de “derrocada” ao nível da parede norte e dos telhados daquele templo.
“Esta igreja era propriedade da Câmara Municipal, mas foi-nos cedida há cerca de seis anos, já muito debilitada. O problema é que, sozinhos, não temos recursos financeiros para assumir esta reabilitação”, admitiu, na ocasião, o padre Armando Dias.
De acordo com o pároco o interior do templo é composto por “uma talha riquíssima, frescos do século XVII e duas catacumbas lindíssimas”.