O Governo classificou as seis pirogas monóxilas do Rio Lima como Conjunto de Interesse Nacional (CIN), sendo-lhes atribuída a designação de “tesouro nacional”, segundo decreto publicado hoje em Diário da República (DR).
As seis pirogas monóxilas, “pequenas embarcações construídas a partir de um único tronco de árvore, neste caso o Carvalho (Quercus robur L.), foram sendo identificadas no rio Lima a partir de 1985”.
O conjunto agora classificado foi recolhido do rio Lima entre 1985 e 2008.
“Trata-se de um conjunto que, no contexto da Península Ibérica, não possui paralelo tendo em conta o número de embarcações envolvidas, constituindo um testemunho notável da navegação que se praticava no rio Lima desde a Idade do Ferro, até à Baixa Idade Média, datações estas obtidas por radiocarbono”, refere o documento.
A “maior parte das pirogas foi encontrada perto de um local onde, curiosamente, persiste até hoje o topónimo Lugar da Passagem”.
“Esta tradição, historicamente comprovada por uma inscrição gravada num bloco de granito com a data de 1742, que ainda hoje se conserva, refere-se ao local onde pessoas e mercadorias eram transportadas e onde, mais tarde, surgira uma ponte de ligação entre as duas margens do Lima”.
A classificação agora atribuída foi proposta ao Governo, em 2020, pela Direção-Geral do Património Cultural (DGPC).
Contactado hoje pela agência Lusa, o presidente da Câmara de Viana do Castelo, José Maria Costa, disse que a autarquia “já efetuou um pedido ao Ministério da Cultura para que as pirogas venham para a cidade”.