A Câmara e a Associação Empresarial de Viana do Castelo (AEVC) vão pedir ao ministro da Economia medidas “específicas” para o pequeno comércio e serviços, afetados pela perda de “rendimento” devido à pandemia da covid-19.
Em comunicado hoje enviado às redações, na sequência de uma reunião que decorreu hoje entre o autarca socialista, José Maria Costa, e o presidente da AEVC, Manuel Cunha Júnior, os dois responsáveis justificam o pedido de apoios com a “especificidade do tecido económico de Viana do Castelo e do Alto Minho”.
“Prevalecem pequenas empresas de comércio local ou de pequenas atividades de serviços e de restauração e hotelaria”, sublinham os dois responsáveis que efetuaram a “monitorização” do impacto da pandemia.
No conjunto de propostas a enviar numa carta dirigida ao ministro Pedro Siza Vieira, José Maria Costa e Manuel Cunha Júnior pedem uma “resposta rápida e eficaz aos sócios de microempresas e aos trabalhadores independentes” que, asseguram, “ficam excluídos da quase totalidade, ou mesmo totalidade”, dos apoios já anunciados pelo Governo “devido à especificidade da sua atividade e do seu regime contributivo”.
“As moratórias de créditos vão implicar que aumente o valor da dívida, com a inclusão dos juros não pagos durante o período de suspensão, e [fazem com] que simultaneamente também aumente o valor dos juros associados ao crédito como consequência do aumento do seu montante. Tal não poderá acontecer. Os bancos e as sociedades de garantia mútua terão de assumir a sua quota parte no impacto desta crise”, argumentam.
Para os responsáveis, “os empréstimos a conceder às empresas devem ter uma taxa de juro zero”, sendo “urgente adequar os mecanismos de obtenção dos apoios às medidas agora tomadas” para que não haja demora na disponibilização dos formulários.
A isenção da Taxa Social Única (TSU) às empresas que durante esta crise não necessitem de recorrer ao regime de ‘lay-off’ ou a outro regime de suspensão de contratos de trabalho e acelerar o pagamento de projetos cofinanciados pelo Estado português ou por fundos europeus”, são outras das ações reclamadas.
A AEVC representa cerca de 1.100 associados.
De acordo com números avançados anteriormente à Lusa por Manuel Cunha Júnior mais de 80% das 600 lojas comerciais instaladas na área urbana de Viana do Castelo fecharam portas por causa da pandemia.
Segundo o presidente da AEVC, “o tecido empresarial instalado em todo o concelho de Viana do Castelo integra cerca de 3.400 empresas, perto de 1.000 dos setores de hotelaria, restauração e similares”.
“No concelho de Viana do Castelo mais de 70% das empresas encerraram por causa da pandemia de Covid-19”, especificou.