O Bloco de Esquerda de Viana do Castelo veio a público defender a suspensão de despejos de inquilinos até que exista uma alternativa de habitação ou de algum apoio social, propondo a implementação do programa “Housing First”, para integrar quem fica sem-abrigo.
Os bloquistas, liderados por Adriana Temporão, cabeça-de-lista em Viana do Castelo às próximas legislativas de 18 de maio, estiveram em campanha no distrito, e elogiaram o modelo da Methamorphys, um associação que gere uma “casa-abrigo” com 9 quartos de duas camas, acolhendo 16 pessoas.
Este modelo é uma das propostas do partido “e pretende abranger todos os casos identificados em quatro anos”.
“Defende também a suspensão dos despejos até que exista alternativa habitacional e apoio social”, refere o comunicado.
Identificando um aumento da procura por migrantes e pessoas com problemas de saúde mental, o Bloco propõe “o combate à discriminação no acesso à habitação e a criação de soluções estáveis de acolhimento que promovam progressivamente a sua autonomia pessoal e familiar”.
O partido louva ainda o trabalho da associação e da sua equipa de rua, “centrada na prevenção e proximidade, que em junho celebra dois anos de atividade”.
“O próximo passo da associação é a criação de uma equipa de acompanhamento para apoiar os utentes após a sua saída da casa abrigo, com o objetivo de garantir uma integração a longo prazo na comunidade”, referem os bloquistas.
A concluir, o Bloco aponta que este modelo “parte do princípio de que o acesso à habitação é o primeiro passo fundamental para a recuperação e reinserção social, e apela a uma maior abertura institucional para pensar em conjunto soluções não padronizadas e que respondam de forma mais eficaz às realidades diversas da exclusão social”.
Os principais desafios identificados
O Bloco listou ainda alguns dos principais desafios identificados sobre esta matéria, apontando, por exemplo, “a dificuldade de acesso à habitação, devido à exigência de rendas adiantadas e fiadores, o que se torna praticamente impossível para pessoas sem retaguarda familiar”.
“A existência de uma lista de espera com 26 pessoas” é outro desafio que, segundo o BE, reflete “a elevada procura por este tipo de apoio”.
Foram ainda identificados problemas com burocracia nos processos de apoio social, necessidade de respostas sociais diferentes e adaptadas a cada pessoa, e também com os transportes, “que dificultam o acesso aos serviços, trabalho e à reintegração”.