O presidente do Chega, André Ventura, agradeceu hoje aos polícias que têm acompanhado as ações de rua do partido no âmbito da campanha eleitoral às legislativas de 18 de maio.
“Agradeço muito aos nossos agentes de autoridade que ali estão, pelo trabalho que estão a fazer”, disse André Ventura, que discursava num almoço-comício ao ar livre, em Castelo Branco.
O líder do Chega dirigia-se aos agentes da PSP que estiveram no local enquanto decorria o comício.
“Se hoje nós temos que ser protegidos pelos agentes de autoridade, é porque há uns que sentem que os privilégios vão acabar e acham que é com violência que vão resolver a situação. Não é. E vocês estarem aqui, estarem aqui sem medo, estarem aqui com as bandeiras firmes, com o coração firme, sem medo, é para lhes dizer a eles, a esses que vêm para aqui protestar, a esses e aos outros do país todo, nós não temos medo”, afirmou.
A primeira semana de campanha do Chega tem ficado marcada por protestos de pessoas de etnia cigana. Hoje, à semelhança do que aconteceu nos últimos quatro dias, um pequeno grupo de cidadãos ciganos esteve no local da ação do Chega, acusando o partido e André Ventura de serem racistas, mantendo-se à distância numa zona superior do campo da feira da Quinta Pires Marques, em Castelo Branco.
Alguns elementos do Chega interpelaram os protestantes, e a polícia interveio, evitando que os ânimos aquecessem. Pelo menos um dos ciganos foi identificado pela PSP.
As ações de campanha do Chega na rua, maioritariamente arruadas, têm contado com presença policial, incluindo agentes da PSP fardados e também polícias à paisana. Nas várias arruadas pelo país, tem estado junto ao local da ação do Chega uma carrinha da PSP.
O partido conta também com vários seguranças privados, que acompanham André Ventura no dia a dia e, agora, de forma reforçada, na campanha.
No sábado, em Vila Real, o presidente do Chega disse que todas as ações do partido são articuladas com as autoridades e indicou que não iria mudar “um milímetro” da campanha.
Momentos depois, o partido atualizou a agenda da campanha, acrescentando uma arruada em Elvas, com partida a poucos minutos do local onde o Chega já foi alvo de um protesto pelos ataques que dirigiu à comunidade cigana, nas autárquicas de 2021.
Num distrito em que o PS foi o partido mais votado nas últimas legislativas, André Ventura quis hoje marcar diferenças e considerou que é terreno fértil para o Chega, defendendo que “nestas terras socialistas, nestas terras de subsidiodependência, é onde as pessoas se revoltam mais”.
“Eles falam muito do país de Abril, […] eu gostava que a partir do dia 18 nós passássemos a ter o país de maio, o país do 18 de maio”, afirmou.
“O país do 18 de maio vai ser o país que corta a direito na corrupção, que é capaz de cortar a direito na imigração descontrolada e que é capaz de cortar a direito naqueles que vivem à nossa custa e à nossa conta há muitos anos”, afirmou.
E afirmou que a sua “prioridade como primeiro-ministro deixarão de ser os outros”.
“No dia 18 não serão prioritários nem ciganos nem imigrantes. No dia 18 vocês serão a minha prioridade neste país. O povo normal, comum, será a minha prioridade neste país”, acrescentou.