O presidente do Chega, André Ventura, reafirmou hoje que é contra “uma privatização selvagem” da TAP “à moda da Iniciativa Liberal”, mas defende que a companhia tem de servir não apenas Lisboa, mas todo o território nacional.
“Dissemos desde o início que não aceitaríamos uma total destruição da TAP nem uma privatização selvagem da TAP, que não olhasse aos interesses nacionais”, afirmou o líder daquele partido de extrema-direita, que falava aos jornalistas à chegada ao jantar-comício do Chega na Alfândega do Porto.
André Ventura frisou que o partido sempre defendeu que o plano de reestruturação da companhia que foi entregue em Bruxelas não tornasse a TAP “numa companhia de Lisboa, mas que fosse uma companhia bandeira para o país todo, nomeadamente com rotas estratégicas no Porto, mas também em Faro”.
“Queremos uma TAP que sirva os portugueses, mas vamos exigir que essa TAP não sirva só Lisboa, mas que sirva Porto, Faro e as rotas nacionais de interesse estratégico e é isso que nos diferencia dos outros. Não aceitamos privatizações selvagens à moda da Iniciativa Liberal, que mais não serão do que a destruição da companhia”, acrescentou.
Para Ventura, um cenário desses, significaria “mais não sei quantas famílias que irão para o desemprego”.
“Cada tiro que damos nas empresas estratégicas de identidade nacional é um aumento de desemprego que provocamos”, alertou.
André Ventura criticou ainda o ministro das Infraestruturas, Pedro Nuno Santos, por não ter definido um calendário a partir do qual a TAP terá que devolver o dinheiro público lá investido ao Estado.
“Mais do que destruir a TAP, que eu sei que é o sonho de alguma direita, temos que ter uma TAP que sirva os interesses do Porto, que sirva todo o território nacional”, asseverou.
Em declarações aos jornalistas, o presidente do Chega falou ainda da importância de o partido atingir o terceiro lugar no distrito do Porto, um dos círculos onde se elegem mais deputados para a Assembleia da República e onde André Ventura obteve o seu pior resultado nas presidenciais de 2021, com 8,4% dos votos, pouco mais de metade dos registados por Ana Gomes no mesmo círculo.