O Núcleo de Investigação Criminal (NIC) da GNR de Braga deteve, esta terça-feira, oito pessoas, mas constituiu, ao todo, dez como arguidos, seis homens e quatro mulheres, por suspeita do crime de tráfico de estupefacientes praticado em Braga, em Barcelos e noutras áreas do distrito.
Duas das arguidas não foram detidas por serem companheiras de dois outros suspeitos, mas foram judicialmente implicadas no processo criminal.
Fonte judicial adiantou que o tráfico teria sido praticado, desde 2024, a partir de uma residência em Padim da Graça, onde o arguido Rafael C. recebia consumidores e lhes vendia cocaína e haxixe. Mas comercializava as drogas, também, a partir de uma lavandaria na Lage, Vila Verde, que é propriedade da família. A maioria dos pagamentos eram feitos pelo sistema bancário MBWay.
A investigação do da GNR detetou que o suspeito fora já condenado em 2018 no Tribunal de Barcelos pela prática do mesmo crime. Por isso, está, ainda, no regime de prisão domiciliária com pulseira eletrónica, mas com a possibilidade de poder ir trabalhar durante o dia à semana e ao sábado de manhã. Só que, durante o trajeto e no próprio estabelecimento, aproveitava para vender estupefacientes.
Os investigadores assinalam que o Rafael C. tem duas câmaras de vídeo no exterior da residência, na Lage, a partir das quais controla tudo o que se passa à entrada ou nas traseiras.
Diz que, para além da venda direta, o suspeito utiliza uma rede de nove colaboradores, cada um deles com uma tarefa específica, a de entregar drogas fora do perímetro da casa, para as guardar nas suas próprias casas ou para as ir buscar a outros fornecedores. Neste caso, ao concelho de Famalicão ou à Galiza, em Espanha.
Braço-direito, namorada e ex-namorada detidos
O nosso jornal contactou o advogado João Ferreira Araújo, que defende quatro implicados, mas este não se quer pronunciar enquanto não forem ouvidos pelo juiz.
Um deles, de nome Edmilson é tido como braço-direito de Rafael, a cuja casa se desloca quase diariamente e dela saindo com sacos de plástico que leva para a sua própria casa em Barcelos, onde distribui drogas a toxicodependentes.
Tem, ainda, como colaboradoras diretas, a atual e a ex-namorada. Um outro, de nome Rui, foi, de resto, apanhado a sair da casa do Rafael com 93 gramas de produto.
O principal suspeito tem uma rede de clientes superior a uma centena. Ontem, com mandados judiciais, a GNR fez buscas em Braga e em Barcelos, quer às casas dos envolvidos, quer aos 17 automóveis que utilizam.
Os arguidos, com idades entre os 20 e os 35 anos, vão ser ouvidos, esta quinta-feira, no Tribunal de Instrução de Famalicão.