Vasco Santos, 48 anos, é pela segunda vez o candidato do MAS – Movimento Alternativa Socialista à Câmara de Barcelos. Defende a remunicipalização total da Águas de Barcelos e a construção de um novo hospital público. Acusa PS e PSD de serem os responsáveis pela situação em que o concelho encontra e lamenta que os restantes partidos de esquerda tenham rejeitado uma coligação.
A primeira vez que o MAS concorreu nas autárquicas a Barcelos foi em 2017, tendo arrecadado 943 votos, apenas menos 170 do que a CDU. “Tivemos um resultado bom, tendo em conta que tínhamos o valor de campanha mais baixo de todos, mas mais do que os votos – e esperamos ter um bom resultado – o que nos importa é passar a mensagem às pessoas que as soluções não passam pelo PSD e pelo PS, que são quem tem criado os problemas ou os tem agravado”, aponta a O MINHO Vasco Santos, auxiliar de saúde no Hospital de Barcelos e dirigente sindical.
“Tudo aquilo que a gente dizia na campanha anterior, em relação ao negócio ruinoso da Águas de Barcelos, à construção do novo hospital, à questão ambiental, todos esses problemas continuam a manter-se e alguns a agravar-se”, reforça.
“O que queremos passar é que, de facto, PS e o PSD não são solução, só mantiveram os problemas, ainda por cima temos agora a extrema-direita a concorrer, cujas soluções que apontam são para agravar ainda mais o problema que o centrão faz”, acrescenta.
Por isso, o MAS quer mostrar nesta campanha que “há saídas, há soluções para os problemas e não passam por quem os agrava e por quem os cria”.
A candidatura foi apresentada em frente à Águas de Barcelos, cujo acordo para a compra de 49% do capital por parte do município – que está condenado a pagar uma indemnização de 172 milhões de euros – falhou e a empresa prepara-se para penhorar a Câmara em 130 milhões.
O MAS volta a defender “a remunicipalaização total e sem custos para o município” e nota que a concessão do abastecimento de água e saneamento foi uma “negociata onde o privado é que foi beneficiado”.
“O negócio foi ruinoso para a população e benéfico para meia dúzia. Enquanto a água for privada, os lucros são de alguns, mas a água não chega a todos. Esta é a realidade”, defende Vasco Santos.
As autárquicas deste ano em Barcelos apresentam como novidade a coligação entre o PSD, CDS e o movimento independente Barcelos, Terra de Futuro, bem como a candidatura do Chega.
Vasco Santos lembra que, já em 2017, afirmara que “era importante que as candidaturas clarificassem as suas posições”. “Já na altura dizia que o Domingos Pereira, tudo o indicava, queria fazer uma coligação com o PSD, aparentemente isso avança agora”.
Por outro lado, o candidato do MAS lamenta não ter sido possível fazer “uma frente alargada de esquerda, sem incluir o PS, obviamente”. “Lamentamos que o PCP, o Bloco, o PAN e o Livre não tenham aceitado constituir aqui uma resposta os problemas e continuem com a mesma política de cada um na sua bicicleta”, realça Vasco Santos, acrescentado que essa “unidade à esquerda” seria a melhor resposta à “política populista e de extrema direita” do Chega, que “só quer agravar os problemas”.
Além da água e do hospital, o MAS vai abordar na campanha “a questão das opções, os direitos da mulher, das pessoas racializadas, das comunidades ciganas, a questão do rio, das explorações mineiras, extrações de caulino”.
“Estaremos focados em demonstrar que há soluções para todos esses problemas”, garante.
O partido deverá, em princípio, concorrer também à Assembleia Municipal – o que não fez em 2017 – e apresentar lista a uma junta de freguesia.