Um dos muros internos do Museu de Arqueologia D. Diogo de Sousa, em Braga, foi alvo de uma pichagem durante a madrugada, causando revolta e desânimo na direção daquele espaço museológico.
Em declarações a O MINHO, a diretora do museu, Isabel Silva, afirma-se “triste e impotente” perante a “irresponsabilidade e o desrespeito pelo espaço público e pelo desperdício dos escassos recursos que a sociedade dispõe para valorizar o mesmo”.
“Decidimos partilhar esta imagem para que sirva de reflexão e protesto silencioso, não só a nível do público mas também para as entidades porque esta questão da destruição do património com pichagens selvagens é recorrente e Braga sofre muito com isso”, afirma a diretora.
E, é um facto. Em Braga, multiplicam-se as mensagens escritas com tinta nas paredes de edifícios públicos e de monumentos. Museu dos Biscaínhos, no centro histórico, e o Seminário de Santiago, em frente ao antigo comando da PSP, são outros dos edifícios constantemente vandalizados.
“Temos muitos edifícios em granito que ficam comprometidos porque esta tinta não se remove permanentemente”, denuncia a responsável, alertando que estes edifícios e monumentos já sofrem com a degradação natural face ao clima, mas assim ficam ainda mais degradados.
“Neste caso é só um muro, e temos técnicos de restauro que tentam minimizar e vamos pintar o muro e resolver, mas não podemos ficar impávidos e serenos a ver destruir património que não é replicável e fica comprometido com estes atos de ignorância”, reforça.
Isabel Silva crê que a resolução deste problema está a nível nacional, lembrando que os próprios partidos podem ver a melhor forma de legislar e atuar de uma forma mais proativa porque, permanentemente, os bens públicos são alvo de selvajaria.
“Não são só os monumentos históricos. São os espaços públicos, os transportes. Aquilo não é arte, é selvajaria. e fica com aspecto degradado e selvagem”, opina Isabel Silva, relembrando que há “muitos espaços” na cidade para se fazerem murais e “boas pichagens”.