A Câmara Municipal de Valença voltou a colocar o secular Poço do Bom Jesus na Fortaleza, o seu local de origem.
A autarquia recupera, assim, a “memória histórica de um dos elementos icónicos da Coroada”.
Retirado aquando das obras de requalificação da Fortaleza, volta, agora, ao ponto de origem.




A estrutura tem planta circular e é formada por lajes de cantaria de granito. Na face virada para a Praça do Campo de Marte destaca-se a inscrição: “MANDADO ABRIR PELO SR TT CEL IZIDORO M. M. [DA] COSTA / [18?]15”. Da estrutura faz parte, também, uma pia circular que, em tempos, servia de bebedouro para os animais.
Contudo, as primeiras referências a este poço surgem em 23 de abril de 1758, nas Memórias Paroquiais da freguesia de Santo Estêvão e, desde então, aparece sempre referenciado na cartografia militar da Fortaleza.
Em comunicado, a Câmara refere que a reposição deste património tem por objetivo “preservar e conservar este elemento, como parte de um conjunto histórico e memória da vida quotidiana militar no interior da praça-forte”.
“Em breve, será executado um arranjo da envolvente ao poço enquadrado à memória histórica do monumento”, acrescenta a autarquia.
Para o presidente da Câmara Municipal de Valença, José Manuel Carpinteira, a reposição do Poço do Bom Jesus é “mais do que uma intervenção física — é um gesto de valorização da história e identidade de Valença”.
“Esta intervenção representa o nosso compromisso em preservar a memória coletiva e valorizar o nosso património, tornando-o cada vez mais acessível e reconhecido por todos”, disse, citado em comunicado.
A reimplantação desta estrutura decorreu no âmbito do “Campos de Conservação e Restauro – Campus Património” que está a decorrer em Valença, no âmbito do projeto “A Paz Europeia através das Fortalezas Abaluartadas da Raia – FAR PAX”, na sequência de uma candidatura conjunta dos Municípios de Valença, Tui, Almeida, Ciudad Rodrigo e Marvão, à linha de apoio POCTEP, cofinanciado pelo INTERREG España-Portugal 2021-2027.