A Câmara de Valença iniciou a classificação do perico, fruto característico daquele concelho, como produto endógeno ao abrigo do projeto “Minho Região Europeia da Gastronomia”, foi hoje divulgado.
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Em comunicado publicado hoje na página oficial da autarquia na Internet, o município adiantou que o objetivo é “estudar, qualificar e promover o perico enquanto produto local com potencialidades para a capacitação da economia da região”.
“Característico do concelho, de formato pequeno arredondado, cor acastanhada clara e sabor agridoce é um fruto único, sem paralelo à escala mundial, que ao longo dos séculos se foi adaptando à região e perpetuado pelos agricultores valencianos”, sustenta a nota.
Para a autarquia, “o valor e as potencialidades do fruto têm sido estudadas nos últimos anos e ganharam relevo e projeção com a sua utilização em licores e num gin produzido e lançado em 2015 por uma empresa local, considerado o primeiro gin tinto do mundo”.
Segundo o município, “está em curso o levantamento gastronómico do receituário típico e local que utiliza o perico, bem como a elaboração de uma carta gastronómica a que se associe, também, o receituário inovador”.
De acordo com o Base, portal da contratação pública, hoje consultado pela Lusa, o processo de classificação foi atribuída à Turismo e Lazer do Prazo, Lda, por 19.500 euros, com o prazo de execução 200 dias.
O ajuste direto tem a designação “Valorização de produtos endógenos – estudo, qualificação e promoção do perico enquanto produto endógeno e de capacitação da economia e cultura local”.
O “periqueiro é uma árvore de fruto, da família das rosaceaes, do género pyrus, com características únicas que não são confundíveis com o pyrus cordata ou o pyrus bourgaeana, bem como com os escambroeiros ou os pilriteiros, tão presentes na região”.
A época de consumo coincide com fins de outubro e princípios de novembro.
O facto de o outono coincidir com uma época do ano em que existia pouca oferta de fruta, o perico foi ganhando o seu espaço a par das castanhas, das nozes e das maças tardias.
Hoje, já é possível encontrar esta árvore à venda nos hortos da região.
Os pericos são tradicionalmente vendidos na Feira dos Santos, em Cerdal, que este ano não se realizou devido à pandemia de covid-19.
Os pericos, “semelhantes a uma pequena pera, são endógenos de Valença e têm no concelho, além da sua origem, as maiores áreas de produção”.