O presidente da Câmara de Valença disse hoje aguardar “há anos” pela transferência do antigo posto da Guarda Fiscal, do Estado para o município para, em parceria, com a escola de ciências empresariais o transformar em residência universitária.
Em declarações à agência Lusa, Manuel Lopes estimou em cerca de “meio milhão de euros” o investimento que será necessário efetuar para transformar o edifício, desativado há muitos anos e em avançado estado de degradação, em residência para acolher os alunos que frequentam a Escola Superior de Ciências Empresariais (ESCE) do Instituto Politécnico de Viana do Castelo (IPVC)”.
O imóvel, situado a cerca de 20 metros da estação de caminhos de ferro da segunda cidade do distrito de Viana do Castelo, “encontra-se desativado há muitos anos e em muito mau estado de conservação”.
Para o autarca social-democrata “seria uma mais-valia para Valença, por permitir a reabilitação de um edifício atualmente em total abandono e garantir alojamento aos alunos da ESCE, grande parte deles oriunda de zonas fora do concelho e que necessitam dessa resposta. É um grande anseio, poder colmatar esta lacuna da residência estudantil”.
“Estimamos que o investimento rondará o meio milhão de euros, mas é uma previsão porque não temos acesso ao espaço, atualmente, sob a alçada do Ministério das Finanças”, referiu o autarca social-democrata.
Manuel Lopes adiantou que a Câmara de Valença pediu, “há cerca de quatro a cinco anos, a transferência do imóvel do Ministério das Finanças para a autarquia”, mas ainda sem sucesso.
O autarca aproveitou a presença, na segunda-feira, do primeiro-ministro, na inauguração da modernização da Linha do Minho e da requalificação da escola sede do agrupamento Muralhas do Minho, para pedir a intervenção de António Costa na agilização do processo.
“Elucidei o primeiro-ministro dessa situação. Que o edifício está numa estação que agora vai ter muito mais fluxo de passageiros e visitantes e que com aquela degradação tinha muito mau aspeto. Acredito que agora o assunto possa andar”, adiantou.
Segundo Manuel Lopes, são instalações de “grande dimensão onde estava situada a residência do comandante do posto Guarda Fiscal, as oficinas, refeitório, barbearia, entre outros serviços”.
“Daria solução a uma grande parte do alojamento estudantil, porque é bastante grande”, referiu.
A ESCE foi fundada em 12 de novembro de 2001 e está instalada em terrenos da Quinta da Mota, cedidos pela Câmara de Valença ao IPVC.
Com cerca de 30 mil metros quadrados e implantada nas proximidades da zona escolar e desportiva da cidade, a Quinta da Mota destaca-se pela sua fachada do século XVIII.
Na semana passada, em declarações à Lusa, a propósito de um outro projeto para a construção de nova residência universitária em Viana do Castelo o presidente do IPVC, Carlos Rodrigues disse “estar a ser ultimado o estudo prévio” do equipamento.
“Dentro de três semanas a um mês contamos ter o processo fechado para lançarmos, com o patrocínio da Ordem dos Arquitetos, um concurso de ideias”, referiu.
Anteriormente, o responsável já tinha dito que a nova residência universitária do IPVC está prevista para os terrenos da Escola Superior de Tecnologia e Gestão, situada na avenida do Atlântico, junto à Praia Norte, em Viana do Castelo.
O equipamento “com entre 350 e 400 camas” ainda não tem definido o valor do investimento, mas que o presidente do IPVC estimou “em vários milhões de euros”.
Com cerca de cinco mil alunos, o IPVC tem seis escolas – de Educação, Tecnologia e Gestão, Agrária, Enfermagem, Ciências Empresariais, Desporto e Lazer -, ministrando 28 licenciaturas, 40 mestrados, 34 Cursos de Técnicos Superiores Profissionais (CTESP) e outras formações de caráter profissionalizante.
Além das escolas superiores de saúde, educação e tecnologia e gestão, situadas em Viana do Castelo, o IPVC tem escolas superiores instaladas em Ponte de Lima (Agrária), Valença (Ciências Empresariais) e Melgaço (Desporto e Lazer).