Shirlei Paula, de 43 anos, publicou esta terça-feira um agradecimento ao Hospital de Braga, através das redes sociais, por considerar que os profissionais daquela unidade lhe “salvaram a vida”. Residente em São Vicente há três anos, foi hospitalizada no dia de Natal, depois de sentir dores abdominais, e acabou por retirar o útero face a um nódulo de 5,5 cm no fundo uterino e outro de 4 milímetros inespecifico. Destaca que, mesmo com a pandemia, foi sempre muito bem tratada.
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Em declarações a O MINHO, a mulher, de nacionalidade brasileira, fez questão de deixar um agradecimento “ao serviço de Saúde de Portugal [SNS], especialmente ao de Braga”, por terem tratado o problema “com inteligência e eficácia”, mesmo durante a situação pandémica que o mundo atravessa.
Shirlei começou a sentir dores abdominais em novembro, mas ignorou, pensando tratar-se de alguma dor de estômago. Tomou medicação e a dor passou. No dia 24 de dezembro, à noite, começou a sentir uma dor “parecida com a menstrual”, mas intensificou-se com o chegar da madrugada e acabou por pedir ao marido para a levar para as urgências de Braga.
Admite que esperou “cerca de três horas” para ser vista pelo médico, o que “é chato”, mas compreende que será “normal”, uma vez que estavam muitas pessoas à frente à espera de serem atendidas: “A triagem foi rápida, mas depois tive de esperar um bocado, mas compreendo”.
Conta que o médico de plantão que a atendeu passou logo exames ao sangue, que também foram rapidamente feitos, e avaliou que existia uma alteração. “Colocou-me em medicação e solicitou uma ressonância [TAC]. Depois, ainda foi pedida uma nova ressonância, mas com contraste, e o médico viu logo que se passava algo sério. Repeti a ressonância e depois fui encaminhada para Obstetrícia, onde fiz um exame com recurso a ultrassonografia”, detalha.
Os “três profissionais obstetras” que atenderam a utente disseram-lhe logo que a situação estava complicada pois tinha um mioma num ovário. “Disseram logo que teria de ficar internada para mais exames e medicação e que, possivelmente, teria de ser operada”, salienta.
Shirlei ficou internada até dia 29. Durante esse período, tomou medicações que acabaram por atenuar as dores, com antiinflamatórios e antibióticos. “Depois foi feito um exame para medir o mioma e deram-me alta, mas já com a marcação de uma cirurgia para o dia 12 de janeiro”, explica. Nesse dia, Shirlei viu-lhe ser retirado o útero, durante uma “cirurgia grande, vertical, mas que correu muito bem”. “Fiquei mais uns dias internada e saí no dia 14, para recuperar em casa”, lembra.
Shirlei destaca que “todas as equipas” a atenderam muito bem, “deram medicação” e saiu deste último internamento “já com um pedido para voltar ao ginecologista e ao oncologista”. E a carta a marcar as consultas já chegou a casa. “Eu entendo que o mundo todo está a sofrer da pandemia e as coisas não estão fáceis nem para nós, nem para os profissionais de Saúde, mas queria realçar que nunca deixei de ser atendida, e com muita qualidade”, garantiu a O MINHO.
Deixa ainda um reparo ao que mais a impressionou pela positiva: “Não foi só a atenção do médico que me atendeu no dia de Natal, foi todo o seguimento, todos os dias em que lá estive, todos os profissionais foram muito bons. Ou seja, não uma questão de sorte em ter apanhado um bom plantão, foram todos os plantões que me trataram de igual forma”.
A concluir, Shirlei afirma taxativamente: “O Hospital de Braga salvou-me a vida”.
Hospital realça “grande dedicação e excelência” dos profissionais
Contactada por O MINHO, a administração da unidade hospitalar pública realça que “os profissionais do Hospital de Braga são, efetivamente, de grande dedicação e excelência”, e que “estes testemunhos”, como o de Shirlei, “reforçam este profissionalismo diário”.
A administração recorda que, em 2021, o número total de cirurgias do Hospital de Braga foi de 42.873, mais 11.000 que em 2019.
“Em ambulatório realizamos 28.987 e em internamento 13.804”, 3.748 das quais urgentes, como o caso descrito nesta notícia.
“No nosso grupo (D) ficamos em 1.º lugar na realização de cirurgias de ambulatório, sendo que a nível nacional ficamos em 2.º lugar logo depois do CHU São João”, anota ainda o hospital, acrescentando que “se juntarmos o ambulatório e o convencional”, a unidade ficou “em 2.º lugar a nível nacional em termos de produção cirúrgica, logo após o CHU São João”.
Ao que apurámos, comparativamente a 2020, o Hospital de Braga mais do que duplicou o número de elogios, num número total de 268.
Notícia atualizada às 17h33 para corrigir o tamanho do nódulo.