Ao que parece morreu hoje o Bernardo da Universidade do Minho, mais precisamente o rosto da sua Associação Académica. Não sei a causa do triste enlace, mas sei que muitos milhares de alunos e antigos estudantes do pólo de Gualtar estarão deveras tristes: o Bernardo era o rosto da Academia e eram muitos os que o procuravam no Gabinete que a AAUM tinha num dos edifícios do Campus: era inteligente, alegre, com sentido de humor, e sempre pronto – com um enorme sorriso – a ajudar, com espírito de serviço.
O Bernardo, Cunha de apelido, era funcionário da AAUM há mais de 40 anos, e, se a memória não em atraiçoa, terá sido no mandato do ex-presidente Luís Novais, nos anos 90 do século passado – de cuja direção fiz parte – que passou para os quadros da Associação, sendo, desde então, como que um dirigente honorário.
Sendo um cidadão portador de deficiência, nunca tal se notou na sua vontade de viver e no sentido de humor que partilhava com todos, algo próprio de uma inteligência viva e atuante.
Foi nesse mandato que a AAUM deu um salto qualitativo com a entrada em pleno das Festas Académicas do Enterro da Gata – em substituição da Queima das Fitas – e a opção por um traje próprio para os alunos da UMinho. E legalizou a RUM – Rádio Universitária do Minho.
Mudanças a que o Bernardo aderiu de alma e coração por sentir que davam à nossa Universidade um colorido próprio que, entretanto, se tornou perene.
Nos últimos anos, foram poucas as vezes que o encontrei pessoalmente. Mas quando ia à UMinho entrava no seu Gabinete, julgo que chamado de Apoio ao Estudante, para aquele abraço fraterno.
Mas o nosso olhar cruzava-se no Facebook, onde ele, amiúde, postava coisas inteligentes e sempre a rir…
Por isso, deixo aqui o meu abraço forte a toda à família e aos milhares de amigos que somava na Universidade. Porque o Bernardo merece uma estátua como a do Promete.
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