Duas instituições de ensino superior portuguesas participam num projeto europeu de prevenção do abandono escolar universitário, que criou uma plataforma que integra “instrumento de autodiagnóstico” e um “conjunto de módulos de reflexão e aprendizagem”.
Em comunicado enviado hoje à Lusa, a Universidade do Minho, uma das instituições portuguesas envolvidas, a par do Instituto Universitário de Ciências Psicológicas, Sociais e da Vida (em Lisboa), que coordena o projeto, refere que em Portugal 30% dos estudantes acabam a licenciatura nos três anos previstos, números abaixo da média dos países que integram Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE), que registam uma média de 39%.
O projeto, ‘SUnStAR – Supporting Students at Risk of Dropping Out’, que teve esta manhã a primeira sessão, em Braga, desenvolveu ao longo de três anos uma plataforma que integra, “simultaneamente, um instrumento de autodiagnóstico para estudantes do ensino superior em risco de abandono e um conjunto de módulos de reflexão e aprendizagem, incluindo a ligação a serviços de informação e de apoio nas universidades, de modo a promover o desenvolvimento pessoal, o sucesso académico e a permanência e conclusão dos cursos pelos estudantes”.
Ainda segundo os números da OCDE, que constam no relatório ‘Education at a Glance 2019’, 2% dos alunos desistem antes do 2.º ano da faculdade, apontando a UMinho como “explicações possíveis” para esses valores “a desmotivação, o não ingresso no curso desejado, dificuldades económicas ou a possibilidade de ingressar no mercado de trabalho”.
Segundo a UMinho, “o problema é reconhecido pelas universidades, que – apesar do subfinanciamento crónico, que condiciona políticas mais eficientes – garantem estar atentas e a tomar medidas”
A título de exemplo, aponta o texto, a criação de “tutorias por colegas mais velhos e ex-estudantes, do ensino com casos reais, da inovação pedagógica e de mais formação docente”.
No caso da UMinho, nos últimos anos foram criados o Gabinete para a Promoção do Sucesso Académico (com diversas ações no terreno), o ObsertatoriUM – Observatório dos Percursos Académicos (sistematiza dados sobre as trajetórias heterogéneas dos estudantes) e, entre outros projetos, o Fundo Social de Emergência (apoia estudantes com dificuldades económico-sociais).
O SUnStaR, financiado pela Comissão Europeia, no âmbito do Programa Erasmus+ “Cooperação para a Inovação e o Intercâmbio de Boas Práticas”, envolve, desde 2017 e até setembro próximo, instituições da Alemanha, Grécia, Sérvia e Portugal.