A ministra da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Elvira Fortunato, congratulou-se hoje com a instalação na Universidade do Minho, em Braga, da sede da infraestrutura europeia de investigação em recursos microbianos (MIRRI, na sigla em inglês).
Para a governante, que falava na sessão de inauguração da sede, trata-se do “reconhecimento” da importância do caminho que a ciência portuguesa tem feito ao longo dos anos.
“A ciência fica extremamente orgulhosa de ter a primeira infraestrutura que é coordenada por uma universidade portuguesa, em conjunto também com uma universidade espanhola”, sublinhou.
O MIRRI (Microbial Resources Research Infrastructure) é a primeira infraestrutura com o estatuto de Consórcio Europeu para uma Infra-Estrutura de Investigação (ERIC, na sigla em inglês) reconhecida pela Comissão Europeia a ter sede em Portugal.
“Isso mostra a importância que a ciência portuguesa tem feito ao longo dos anos, de forma a que este reconhecimento lhe possa ser dado. Porque se a ciência não fosse de boa qualidade, se não fosse bem feita pelos nossos investigadores, de certeza absoluta que a Comissão Europeia nunca nos daria este selo para coordenarmos esta infraestrutura europeia”, referiu Elvira Fortunato.
Além de Portugal e Espana, também a Bélgica, a França e a Letónia são membros fundadores do MIRRI.
“Esta infraestrutura europeia de investigação assume particular importância para a concretização dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, tendo em conta o seu contributo na área da biociência e da bioindústria, através do desenvolvimento de vacinas, de soluções terapêuticas e de respostas para a prevenção e combate a epidemias e doenças infecciosas”, refere um comunicado do Ministério da Ciência.
Acrescenta que o MIRRI “permitirá igualmente desenvolver alimentos seguros, saudáveis e sustentáveis e métodos de gestão biológica dos solos e das culturas”.
Também em comunicado, a Universidade do Minho refere que, como infraestrutura de investigação distribuída, o MIRRI reúne cerca de 50 centros de recursos biológicos microbianos, coleções de culturas e institutos de investigação de 10 países europeus.
Grécia, Itália, Holanda e Polónia são potenciais membros do MIRRI e a Roménia é um potencial observador.
“Outros países e instituições estão a considerar a sua participação no consórcio”, acrescenta.
As novas instalações do MIRRI, na Universidade do Minho, em Braga, representam um investimento total de 90.000 euros, 85% dos quais foram financiados pelo programa NORTE2020, da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte (CCDR-N).
O reitor da UMinho, Rui Vieira de Castro, manifestou-se “muito orgulhoso” por a instituição receber a sede do MIRRI.
“Em particular, estamos muito orgulhosos de todo o trabalho realizado, envolvendo principalmente a Micoteca da UMinho e seu coordenador, Nelson Lima, no desenvolvimento geral do MIRRI-ERIC e na sua instalação na nossa universidade”, referiu.
O MIRRI assiste as comunidades da biociência e da bioindústria, facilitando o acesso, através de um único ponto, a uma ampla gama de microrganismos de alta qualidade, seus derivados, dados e serviços associados, com foco especial nos domínios da saúde e alimentação, agroalimentar, ambiente e energia.
“Ao servir os seus utilizadores, ao colaborar com outras infraestruturas de investigação e ao trabalhar com agências públicas e autoridades, contribui para o avanço da investigação e da inovação nas ciências da vida e biotecnologia, bem como para a bioeconomia sustentável, competitiva e resiliente”, remata o comunicado da UMinho.