A Universidade do Minho (UMinho) e a Câmara de Braga apresentaram esta terça-feira uma candidatura a fundos comunitários para recuperar o Convento de S. Francisco de Real, tornando o local “um ativo turístico” e “preservar muita da história da cidade”.
Apresentada hoje, a candidatura ao Programa Operacional Regional do Norte (Norte 2020) está orçada para um milhão de euros, embora o projeto inicial da universidade visasse o investimento de dois milhões de euros pelo que “teve que se deixar algumas coisas de fora”, como a instalação no local de um centro interpretativo e da unidade de Arqueologia da UMinho.
Com este projeto, “Conservação, Valorização e Promoção do Convento de São Francisco de Real, Braga”, o objetivo é recuperar o Convento e inseri-lo num circuito de visita integrada que contempla também o Mausoléu de S. Frutuoso e a Igreja de S. Francisco de Real.
“O que vai ser feito tem a ver com uma leitura feita a este espaço, que é complexo. Tem a igreja, o mausoléu e o convento, que eram unidade arqueológicas relativamente desagregadas. Uma das ideias foi precisamente procurar devolver alguma da unidade através da promoção de articulações entre as três unidades”, explicou o reitor da UMinho, Rui Vieira de Castro no final da apresentação do projeto.
O reitor não deixou de fazer algumas críticas à forma como decorreu a elaboração do projeto, que no seu início “era ambicioso” no sentido em que “não foi pensado em função de limitação de natureza orçamental, senão aquelas que decorriam do entendimento do edifício e com a criação de uma área interpretativa de todo conjunto”.
“O que para mim trouxe alguma perplexidade foi que, nos momentos inicias do processo, procuramos sensibilizar os responsáveis nacionais e regionais de orientações no plano financeiro. As pessoas, toda a gente sabia que não era possível com um orçamento de um milhão de euros, o financiamento seria mais ambicioso, cerca do dobro”, afirmou.
A revisão do projeto em função dos programas de financiamento levou a desenhar-se como “essencial no projeto” a recuperação do convento, “a área interpretativa e a instalação da área de arqueologia não ficará cá mas vai ter um papel importante em toda a atividade de visitação do edifício”.
Aliás, a possibilidade e a forma de visitar o complexo é “essencial” para o projeto: “a ideia da visitação é essencial, que quem vem aqui possa ver os três espaços, lê-los e interpretá-los”, definiu o responsável.
As exigências dos programas de financiamento, adiantou ainda, levaram a uma “componente de frustação” e a uma alteração nas condições de acesso, tendo que ser a autarquia a assumir a candidatura.
“Em tempos entendemos que a melhor forma de o fazer [a recuperação do Convento] era delegar na UMinho, infelizmente alteraram-se as circunstâncias mas o objetivo final mantém-se”, explicou o presidente da Câmara Municipal de Braga, Ricardo Rio.
O objetivo, salientou o autarca é que “todos possam contribuir par a valorização do patrimonial, para a fruição de forma integrada, e criando mais um polo de dinâmica patrimonial, social e turística na cidade”.
“Este e ainda um ativo patrimonial único e com muita da história da cidade e temos aqui uma oportunidade única”, reforçou.
O autarca explicou ainda que o projeto que se candidata a um milhão de euros de fundos comunitários “está projetado para valor superior que terá que ser suportado pela câmara municipal”, pudendo ir até “cerca de dois milhões de euros”.
Ricardi Rio mostrou-se ainda confiante a elegibilidade do projeto.
“Não queremos acreditar que um projeto desta envergadura e importância não venha a ser abrangido por esta candidatura do Norte2020”, disse.