75 estudantes de Engenharia Aeroespacial da Universidade do Minho vão realizar o seu batismo de voo este sábado, no aeródromo do Alto Minho (Cerval), em Cerveira.
Fonte universitária adiantou, hoje, que “a manhã começa com workshops de mecânica, planos de voo e meteorologia. A oportunidade para rasgar as nuvens é a partir das 11:00 e, depois, das 14:00.
No hangar estão vários ultraleves prontos para sobrevoar as margens do rio Minho e com o apoio de diversos pilotos e engenheiros.
Neste Programa de Adaptação ao Meio Aéreo, “os estudantes vão dar asas ao sonho e testar a nível prático o que aprenderam na teoria”, resume o diretor da licenciatura e do mestrado em Engenharia Aeroespacial da UMinho, Gustavo Dias. Os alunos, quase todos do 1º ano daqueles cursos, poderão ainda recolher informações e questionar os profissionais do aeródromo para projetos que têm desenvolvido nas aulas.
Nota mínima de 18, 86 valores
Por exemplo, – diz a Universidade – na licenciatura em Engenharia Aeroespacial – que tem a nota mínima de entrada mais alta do país (18.86 valores) –, uma das disciplinas exige construir um planador com materiais em fim de vida de empresas da região, além de se aplicar conhecimentos de mecânica, eletrónica e comunicação. Já no mestrado, o desafio é fazer um balão meteorológico para, após subir e rebentar na atmosfera dentro de semanas, ser detetado por GPS e daí analisar-se os dados obtidos de temperatura, humidade e outros indicadores.
A iniciativa no Cerval tem a parceria da recém-criada Associação de Estudantes de Engenharia Aeroespacial da UMinho e da Escola de Engenharia da UMinho. A opção pelo aeródromo de Cerveira em vez do de Braga deve-se a questões de segurança, pois está fora das principais linhas de operação aeronáutica comercial. A UMinho e o Aeroclube do Alto Minho assinaram em 2023 um protocolo para projetos neste domínio e os municípios de Cerveira e Valença estão também disponíveis para investir na construção de um hangar para a investigação da UMinho.
O aeródromo de Cerval é considerado um dos mais importantes da Península Ibérica, com cerca de sessenta aeronaves inscritas. Tem igualmente interesse histórico, pois em 1933 o pioneiro da aviação norte-americana Charles Lindbergh ficou sem combustível no seu hidroavião Lockheed e fez uma amaragem forçada no rio Minho, em Friestas, Valença, que foi assim projetada na imprensa mundial. Em 1997, foi erigido um monumento alusivo próximo do local.