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Focada no comprador, com um serviço chave na mão, falando 13 línguas, com agentes nos países de origem dos compradores, a Fábio Neves está a revolucionar o imobiliário da região.
Fábio Neves
Fábio Neves cresceu, estudou – marketing e gestão de empresas – e iniciou a sua atividade profissional no Luxemburgo. Em 2022, decidiu voltar a Portugal e começou por se fixar na terra da esposa, Brigitte Tavares, os Arcos de Valdevez. O objetivo, ambicioso, é, confessadamente, “revolucionar o mercado imobiliário na região”.
Em três anos, já tem quatro agências (uma nos Arcos de Valdevez, duas em Ponte de Lima e uma, a abrir brevemente, em Ponte da Barca), que se juntam às duas empresas imobiliárias que mantém em Esch-Sur-Alzette, no Luxemburgo e em Villerupt, em França.
“Quando dizemos que temos clientes no estrangeiro, há uma diferença relativamente à concorrência, é que nós estamos mesmo lá, de portas abertas, mas também os parceiros estratégicos em vários países”, refere Fábio Neves.
O empresário luso-luxemburguês, de 42 anos, está no ramo imobiliário desde os 22 e veio para Portugal com vontade de aproveitar a oportunidade gerada pela atratividade que o país ganhou no estrangeiro, mas também com a ambição de trazer novas práticas e formas de trabalhar que aprendeu no exterior.
“Ao contrário do que é habitual, não recrutamos os nossos consultores entre os que já estão no mercado a trabalhar para outras agências”, refere.
“Prefiro procurar pessoas com o perfil certo, que tenham aquilo que procuro, mesmo sem experiência. Damos-lhe formação e assim temos a certeza de que temos a trabalhar connosco pessoas alinhadas com os valores e a missão da empresa”, acrescenta.
Um dos aspetos que valoriza particularmente no recrutamento é o conhecimento de línguas.
“Entre toda a equipa falamos 13 línguas”, aponta Fábio Neves, ele próprio capaz de se expressar em oito idiomas e, atualmente, a estudar mandarim.
O nome da imobiliária – Fábio Neves – coincide com o do sócio fundador, “não por razões egocêntricas, mas para aproveitar o facto de já ter um nome firmado no mercado”, esclarece.
Um projeto a três
Na verdade, a Fábio Neves, em Portugal, assenta em três pilares (sócios), além do elemento que empresta o nome e da sua esposa e sócia, Brigitte Tavares, está também no projeto um terceiro sócio, Joel Barros, que veio de uma grande marca para se juntar ao projeto. Brigitte Tavares é engenheira civil e está dedicada ao acompanhamento de obras. Joel Barros é o responsável pela agência de Arcos de Valdevez.
O serviço está organizado para o cliente não ter de se preocupar com nada
O serviço da Fábio Neves é chave na mão e por isso é tão importante ter uma engenheira civil nos quadros da empresa.
“O cliente compra o terreno e não tem que se preocupar com mais nada até ao dia de entrar na casa nova. Pode deixar tudo connosco”, garante.
A Fábio Neves está preparada para oferecer aos clientes serviços jurídicos, por intermédio dos seus fieis parceiros, de aconselhamento fiscal, contabilidade, crédito, arquitetura, engenharia e acompanhamento de obra.
“É muito importante dizer que os nossos clientes são sempre atendidos e que, quando não estão satisfeitos por alguma razão, conseguem falar diretamente comigo”, destaca Fábio Neves.
Na Fábio Neves há a percepção de que Ponte de Lima e o Alto Minho em geral se estão a tornar cada vez mais apetecíveis.
“Há uma saturação dos mercados de Porto, Braga e até de Viana do Castelo. Os preços estão muito elevados e as pessoas percebem que, além de valores mais interessantes, aqui conseguem encontrar uma qualidade de vida inigualável”, indica.
Entre os clientes da Fábio Neves encontram-se americanos, canadianos, ingleses, alemães, holandeses, franceses e israelitas.
“Recentemente, vendemos, a um cliente americano, um rooftop com piscina, no centro de Ponte de Lima, por um preço recorde. É o tipo de negócio que só se via no Porto ou em Lisboa e que nós conseguimos trazer para cá”, expõe.
Contacto com os clientes nos países de origem
“É importante referir que acompanhamos os clientes estrangeiros antes da vinda a Portugal, alguns durante mais de um ano”, sublinha.
“Neste momento, chegamos a uma situação em que muitos clientes vendedores vêm ter connosco e isso é uma prova de que o trabalho que temos desenvolvido é de qualidade”, aponta.
A Fábio Neves é claramente uma agência internacional, com agentes que falam algumas línguas menos comuns, mas de regiões onde começam a aparecer clientes, ou onde se espera que venha a crescer o interesse no futuro, é o caso do indi, falado no norte da Índia e no Paquistão ou do polaco.
“Há pouco tempo, fizemos três vendas para Israel e temos a noção de que, com a guerra, é um mercado que vai continuar a crescer, por isso, consideramos que é muito importante ter agentes locais”, afirma Fábio Neves.
Habituado a trabalhar num mercado muito mais regulado, no Luxemburgo, Fábio Neves ficou surpreendido com a falta de regras em Portugal.
“Uma das coisas que prejudica seriamente o mercado e, muito especialmente os clientes que querem vender as suas casas, é a inflação dos preços pelos agentes para conseguirem fazer angariações”, avalia.
“Acontece que um imóvel que fica parado, sem se vender, porque está fora de preço, torna-se cada vez mais difícil de transacionar. Além disso, estes agentes, estão a inflacionar artificialmente o mercado”, refere.
A Fábio Neves trabalha com avaliações realistas, baseadas em avaliações técnicas, e com comissões sérias. O empresário defende que o setor devia ter uma “câmara de corretores” com poderes reais para estabelecer normas.
“Vivemos um paradoxo em que há mais oferta do que procura, mas a grande maioria das casas que estão à venda estão inflacionadas”, remata.
Fábio Neves encara o futuro com otimismo.
“Iremos expandir para Monção, Valença, Vila Nova de Cerveira e, com tempo, chegaremos a Viana do Castelo. Não queremos ser só das melhores, mas também a maior agência imobiliária do Alto Minho”, projeta.