Mais de 10 mil fotografias que retratam usos, costumes, tradições e habitantes e história de Viana do Castelo são doadas, na quarta-feira, pela mais antiga casa de fotografia da cidade, com 105 anos de existência, à Câmara local.
Em declarações, o filho do proprietário da Foto Roriz, explicou que a decisão de doar aquele material à autarquia “assentou na necessidade de preservar um espólio muito importante da história da cidade”.
O início de construção do prédio Coutinho, na segunda metade da década de 1970, é apenas um dos exemplos do desenvolvimento urbanístico da cidade captado pelas objetivas daquela casa.
Desde a escavação das fundações, no terreno de 975 metros quadrados onde estava instalado o mercado municipal da época, que a Câmara vendeu em hasta pública, à elevação dos 13 andares do edifício construído por Fernando Coutinho, na altura emigrante no Zaire, todo o processo foi registado em fotografia.
Tio da coreógrafa e bailarina Olga Roriz, Joaquim Roriz, hoje com 80 anos de idade e 70 de atividade, ainda mantém, com o filho, Victor Roriz, a casa de fotografia com 105 anos de existência.
“Eu, como o único elemento da família que pode dar continuidade ao negócio, e o meu pai decidimos que esta é a única forma de preservar este material que corria o risco de se perder. Assim pode ser consultado e utilizado, sem fins lucrativos, por toda a gente e a Câmara Municipal vai poder divulgar as imagens”, afirmou Vítor Roriz.
Cerca de 50 fotografias vão estar expostas, a partir de quarta-feira no Museu do Traje, no âmbito das comemorações dos 168 anos de elevação de Viana do Castelo a cidade.
Além da inauguração da exposição “Foto Roriz – Evocações, Paisagens e Fotografias” irá ainda realizar-se o ato de doação do espólio do fotógrafo Joaquim Roriz à Câmara Municipal.
Em comunicado, hoje, a Câmara Municipal sublinhou o registo de um século de reportagens sociais e históricos da cidade, entre negativos em vidro e em película, a preto e branco e a cores, de vários formatos com milhares de imagens.
“É, assim, de realçar, o relevante contributo que Joaquim Roriz deu a Viana do Castelo, consubstanciado na preservação e oferta de um espólio documental fotográfico importantíssimo para a história desta cidade”, sublinhou o presidente da Câmara, José Maria Costa, citado naquela nota.
O autarca socialista destacou “o importante contributo que o fundador e o seu sucessor emprestaram a Viana do Castelo com a reunião e a preservação de um espólio documental fotográfico importantíssimo para a história da cidade”.
Em 2012, pelo contributo documental que o fundador e o seu sucessor constituíram para a história do município, a autarquia atribui à Fotografia Roriz, o título de Instituição de Mérito.
Um ano antes, em 2011 a autarquia descerrou uma placa alusiva ao centenário do estabelecimento comercial.
Além da abertura da exposição, o programa das comemorações dos 168 anos de elevação de Viana do Castelo a cidade inclui, na quarta-feira, às 21:00, no teatro municipal Sá de Miranda, a sessão solene com a atribuição de 32 títulos honoríficos a personalidades ligadas à cultura, ao ensino, ao desporto, a empresas e instituições de várias áreas.
O agente desportivo Jorge Mendes é uma das personalidades que vai receber o título de cidadão de honra de Viana do Castelo pelos “notáveis serviços prestados ao desporto a nível nacional e internacional”.
O nome de Jorge Mendes foi proposto pelos vereadores do PSD e aprovado por unanimidade pelo executivo da capital do Alto Minho.
Na proposta, os vereadores do PSD sublinham o facto “de, enquanto jogador de futebol, Jorge Mendes ter vestido a camisola do Sport Clube Vianense e do Lanheses e de ter iniciado a sua atividade empresarial em Viana do Castelo, obtendo a sua primeira licença FIFA nesta cidade”.