O investigador e historiador de cinema de origem francesa Jean-Loup Passek, cujo espólio esteve na base da criação do Museu de Cinema de Melgaço, morreu hoje, aos 80 anos, informou a autarquia local na sua página no Facebook.
A câmara transmite o seu pesar aos familiares e amigos de Jean Loup Passek e salienta que o crítico de cinema “será para toda a eternidade lembrado como um grande amigo de Melgaço”, tendo sido recentemente homenageado com o título honorífico de Cidadão de Honra.
“Foi quando filmava, no início da década de 1970 nos arredores de Paris, um documentário sobre a imigração, que entrou em contacto com vários membros da comunidade portuguesa, entre os quais se incluíam dois habitantes do concelho de Melgaço com quem viria a estabelecer laços de profunda amizade”, recorda a autarquia, explicando que este encontro “marcou o início de uma relação profunda com Portugal, que, com o correr do tempo, se viria a tornar numa segunda pátria”.
Jean Paul-Passek dá também nome ao prémio principal do Festival Internacional de Documentário de Melgaço “Filmes do Homem”.
Segundo a informação partilhada pelo município de Melgaço, Jean-Loup Passek foi diretor editorial do “Dictionnaire Larousse du Cinéma”, conselheiro para o cinema do Centre Georges Pompidou, fundador e diretor do Festival de la Rochelle e coordenador da “Caméra d’Or” do festival de Cannes.
Colecionou inúmeros objetos, testemunhos, documentos, raridades da Sétima Arte, reunindo um espólio pessoal com mais de cem mil fotografias, milhares de cartazes, livros e um magnífico conjunto de aparelhos do período do designado pré-cinema.
Jean-Loup Passek foi distinguido em setembro com a Medalha de Mérito Cultural, na Cinemateca Portuguesa, que lhe foi entregue pelo secretário de Estado da Cultura, Miguel Honrado.
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