Um em cada seis colaboradores apresenta diagnóstico psiquiátrico

Estudo
Um em cada seis colaboradores apresenta diagnóstico psiquiátrico
Foto: DR / Arquivo

Um estudo sobre a importância da promoção da saúde e bem-estar no local de trabalho alinha Portugal com a realidade mundial, em que um em cada seis colaboradores apresenta diagnóstico psiquiátrico, disse hoje à Lusa a coordenadora do projeto.

Em curso entre 01 de janeiro de 2019 e 01 de janeiro de 2020, o estudo está a ser elaborado no âmbito do programa Mind at work e uma primeira fase de avaliação decorreu “na Câmara de Vila Verde, envolvendo 103 pessoas, do presidente à vereação, diretores de serviços e 40% dos colaboradores, escolhidos de forma aleatória, e abrangendo todas as categorias profissionais”, acrescentou Filipa Palha.

Segundo a também docente no polo do Porto da Universidade Católica Portuguesa, onde hoje pelas 14:15 vão ser apresentados os resultados preliminares da implementação do programa, a conclusão tem por base “os 28% de pessoas que afirmaram ter passado ou estar a passar por um problema de saúde mental”.

“Percebemos, com a evolução do projeto, que algumas destas pessoas confundiram o estar ansiosa com ter um problema de ansiedade, razão pela qual lhe atribuímos um valor mais ajustado à realidade, passando de um em cada quatro para um em cada seis”, explicou Filipa Palha.

E prosseguiu: “este é um dado que não é só português, mas geral. O que o nosso estudo demonstra é que está alinhado com a tendência mundial”.

Para sustentar a análise, a coordenadora acrescentou que os números “estão dentro do expectável e do que é a prevalência nacional”, em que os “dados epidemiológicos dizem que 30% da população tem problemas de saúde mental” encontrando-se “alinhados com os números internacionais”.

“Estes números apontam para a urgência de olhar para este problema no local de trabalho”, alertou a responsável do projeto.

O programa ‘Mind at work’ é cofinanciado pela Direção-Geral de Saúde e pretende “desenvolver um modelo que permita abordar as questões da saúde, da doença mental e bem-estar no local de trabalho”, acrescentou.

Assinalando que “a prevalência da doença mental em Portugal é muito elevada, e que os recursos e os serviços disponíveis ficam muito aquém do necessário”, Filipa Palha lembrou à Lusa que “os dados epidemiológicos colocam Portugal no segundo lugar entre os países com maior prevalência de doença mental”.

No âmbito do programa decorreram “vários ‘workshops’ para diretores e executivos da autarquia sobre liderança e conciliação do trabalho com a família, gestão de pessoas e de conflitos”, e cuja reflexão “permitirá perceber de que forma poderá refletir-se na prática e implementar medidas promotoras da saúde e bem-estar”, revelou.

Autoconhecimento e empatia, gestão de conflitos e relações interpessoais e o curso “Ouvir o que não é dito – primeiros socorros na doença mental” foram também abordados em contexto de ‘workshops’, estes destinados aos diretores e colaboradores, no sentido de os ajudar “a identificar sinais e sintomas de saúde mental e um conjunto de competências que lhes permita pedir ajuda para si ou para alguém nessa necessidade”, disse Filipa Palha.

Outros números do estudo dizem que “37% dos colaboradores não considera a depressão uma doença mental” e “59% conhece alguém que sofre ou sofreu de um problema de saúde mental”.

O estudo resulta de uma parceria entre a Associação Encontrar+se – Associação para a Promoção da Saúde Mental, e da Católica Porto Business School.

(Texto corrigido às 19:20 por erro nas declarações enviadas pela Agência Lusa)

 
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