Um dos últimos amoladores do país está em Viana do Castelo

Amanhã ruma até Caminha
Foto: Joca Fotógrafos / O MINHO

António Loureiro, mais conhecido como “O Alentejano”, está em Viana do Castelo desde ontem a afiar à moda antiga. Na quarta-feira, o amolador vai estar em trabalho na vila de Caminha.

O início de semana solarengo foi uma benção, vai ajudando ao trabalho, que “vai bom, graças a Deus”. O frio que se vai fazendo sentir na capital do Alto Minho combate-se a “pedalar em seco”.

António percorre o país de lés a lés para ganhar a vida com a arte que aprendeu com o avô. Chegou na segunda-feira à cidade e passou esta terça-feira a amolar no centro da cidade, onde regressa com frequência.

Anda sempre com a sua bicicleta e “pedala em seco” para fazer rodar o esmeril, a pedra dura que afia facas, tesouras, chapéus de chuva, sombrinhas, alicates de unhas, tesouras de relva e da poda. É um dos últimos amoladores em atividade no país.

Em 2022, numa reportagem publicada por O MINHO, sublinhou que também arranja tachos e panelas, “mas agora já não aparecem”. “Estão em vias de extinção como os amoladores. Se não houver força das pernas, acaba. Isto não vai durar sempre”, afirmou.

Nascido no Alentejo, em Montemor-o-Novo, no distrito de Évora, António conhece o país todo graças à “arte” que chegou à terceira geração, mas que nenhum dos três filhos quis seguir.

A carrinha onde se desloca de terra em terra, e transporta a bicicleta com mais de 40 anos, é também o porto de abrigo para as noites. Serve para dormir, mas para as refeições António recorre aos restaurantes que já conhece e onde come pelo melhor preço.

 
Total
0
Partilhas
Artigos Relacionados